21 dezembro 2024

012-Jesus o Cristo - Cristologia Lição 12[Pr Afonso Chaves]19dez2024

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LIÇÃO 12 

JESUS É O CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e, por três sábados, disputou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo.” (At 17.2-3) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 16.13-17 

INTRODUÇÃO Ao longo deste trimestre, falamos sobre a pessoa e obra de Cristo sem sermos incisivos o suficiente sobre o fato de que JESUS é o Cristo, ou sobre como tudo o que estava escrito na Lei e nos profetas acerca do Cristo cumpriu-se inequivocamente na pessoa de Jesus, o Nazareno. Portanto, nesta lição desejamos considerar a importância crucial deste fato para a veracidade e eficácia da mensagem do Evangelho, bem como as provas principais de que este Jesus que é pregado há dois mil anos é o Cristo, o Filho de Deus. 

I – A EXISTÊNCIA DE JESUS Já estudamos em lição anterior a humanidade de Cristo, no intuito de determinar que Ele realmente se fez homem, e não apenas assumiu uma aparência humana, como alguns entendem erroneamente. Mas agora precisamos considerar também que os evangelhos, ao relatarem a vida e obra de Jesus com o objetivo de provar que Ele é o Cristo, necessariamente partem da premissa de que esse Jesus realmente existiu. Pode parecer desnecessário ou redundante dizer isto, mas o fato é que, assim como todos os aspectos da doutrina cristológica, a existência ou historicidade de Jesus também é questionada, negada ou distorcida pelos incrédulos de hoje, como o foi ao longo desses últimos dois mil anos. E, providencialmente, os evangelistas se preocuparam também com isto, pois, se pudesse ser demonstrado que Jesus nunca existiu, mas que Ele é apenas um personagem fictício, um mito religioso (como os deuses gregos, por exemplo), todo o Evangelho cairia por terra. Assim, podemos dizer que o propósito inicial dos evangelistas é estabelecer a historicidade de Jesus – isto é, que realmente existiu um homem cuja vida e obra provam que Ele é o Cristo. Dado o público original e o contexto particular de cada um deles, naturalmente alguns evangelistas são mais incisivos nesse ponto; mas todos têm o cuidado de apresentar fatos, de contar a história real de Jesus, e de certificar-se da veracidade do que relatam, seja consultando fontes primárias – a saber, o testemunho daqueles que viram e ouviram essas coisas, especialmente os discípulos e apóstolos; seja baseando-se na memória das coisas que eles mesmos testemunharam (Lc 1.1-4; At 1.21-25; Jo 21.24; 2 Pe 1.16-18). E as diferenças de narrativa entre um evangelista e outro quanto a um mesmo acontecimento, ao invés de prejudicarem, apenas corroboram o seu intuito de contar exatamente aquilo que um grande número de testemunhas viu e ouviu, cada uma tendo uma diferente apreensão das circunstâncias, mas todas concordando quanto à essência do fato. Acrescente-se a isso o fato de que os evangelistas também se preocuparam em contextualizar seu relato de acordo com datas, lugares, personalidades e eventos de conhecimento geral dos seus leitores (Lc 1.5; 2.1-2; 3.1-2; Mt 2.1). Os apóstolos e os evangelistas não poderiam relatar um acontecimento inverídico dentro desse contexto, relativamente imediato àquela geração, sem serem facilmente desmentidos pelos seus adversários. E, se os grandes acontecimentos dos primeiros dias da vinda de Cristo a este mundo passaram despercebidos pela multidão – como já observamos em lição anterior – os últimos da Sua manifestação pública repercutiram de tal forma por toda Judeia, Samaria e Galileia que somente um estrangeiro poderia ignorá-los por completo, e nem os judeus incrédulos podiam negar o impacto que haviam causado sobre a nação (Lc 24.18- 19; At 10.37-38; 26.26; cf. Jo 11.47-48). 

II – O TESTEMUNHO DE JESUS Além de estabelecerem que Jesus realmente existiu, certificando-nos de que as coisas que relatam a Seu respeito estão baseadas principalmente no testemunho daqueles que as viram e ouviram, ou delas participaram; os evangelistas também demonstram que Jesus é o Cristo, principalmente relatando muitos dos sinais que Ele operou e explicando como as profecias messiânicas se cumpriram em cada passo de Sua vida (Jo 20.30-31; Lc 24.44-45). E a estes dois argumentos acrescentam também a confissão que fizeram muitos daqueles que viram e ouviram Jesus de que Ele é o Cristo, o Filho de Deus. De fato, essa confissão é tão importante que é chamada de testemunho, mas é ainda mais importante que a percepção física que muitos tiveram de Jesus, pois aqueles que O confessaram como o Cristo fizeram-no por terem apreendido, pela fé, uma realidade inalcançável pelos sentidos físicos – a realidade divina de Jesus, não sem deixar de admitir, por necessidade, Sua existência física; daí a bem-aventurança daqueles que, mesmo não tendo visto Jesus fisicamente, creram n’Ele (1 Jo 1.1-4; Jo 20.29; cf. 1 Pe 1.8). Mas muitos ainda questionam por que o próprio Jesus não admitiu com mais freqüência ser o Cristo, ou sequer jamais afirmou abertamente ser o Filho de Deus. É porque, ainda que Seu testemunho seria verdadeiro se Ele falasse de Si mesmo, Jesus abriu mão até desta prerrogativa para condescender com a fraqueza dos homens e permitir que outros testificassem em Seu favor, o que tornaria os incrédulos no testemunho do Pai (através dos sinais) e dos profetas ainda mais inescusáveis (Jo 5.31-34, 39-40; 15.22-24). Tanto que, nas poucas ocasiões em que admitiu ser o Cristo, ou o Filho de Deus, perante a multidão, foi terrivelmente hostilizado (Jo 10.30-36; Mt 26.62-65). 

III – O NOME DE JESUS Dentre os muitos títulos atribuídos (e com direito) a Cristo, somente um podemos dizer que é o Seu nome e que sintetiza tudo aquilo que Ele é: JESUS (“Salvação”, ou “o Senhor Salva”). Pois foi com este nome que Ele entrou no mundo e foi conhecido na Sua humilhação; como também com este nome Ele voltou para o Pai e foi exaltado soberanamente sobre todo o nome que se nomeia nos céus e na terra, e por este nome será conhecido por toda a eternidade (Mt 1.21; Fp 2.9-11). Portanto, é prova também de que Jesus é o Cristo a eficácia espiritual do Seu nome, pois todo aquele que crê no nome de Jesus é salvo, faz os sinais que Ele fez quando esteve entre nós, subjuga e vence as potestades do mal (os demônios reconhecem que Jesus é o nome do Cristo de Deus), assim como também é perseguido e odiado pelo mundo por causa deste nome (At 4.12; 3.12-16; Lc 10.17; Jo 15.20-21). Com efeito, toda a veracidade e eficácia da fé cristã derivam do poder do nome de Jesus que, se não fosse o nome do Cristo, do Filho de Deus, logo a igreja nascente teria se desfeito, como obra dos homens, e não de Deus (At 5.34-39). 

CONCLUSÃO Depois de estudar diversos aspectos da cristologia bíblica ao longo deste trimestre, sem de modo algum termos esgotado as riquezas imensuráveis deste tema, que possamos invocar o nome de Jesus com maior convicção de que na Sua pessoa gloriosa estão contidas todas essas riquezas, para que possamos acessá-las e desfrutar delas com mais e mais abundância, para nossa total satisfação e felicidade eterna.

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15 dezembro 2024

011-A Vinda gloriosa de Cristo - Escatologia Lição 11[Pr Afonso Chaves]13dez2024

    

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LIÇÃO 11 

A VINDA GLORIOSA DE CRISTO 

TEXTO ÁUREO: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.” (Hb 9.28)

 LEITURA BÍBLICA: MATEUS 24.29-39, 42 

INTRODUÇÃO Quando o assunto é a vinda de Cristo, geralmente começamos por nos perguntar se é da primeira ou segunda vinda que se fala. Esta forma de se referir à vinda de Cristo não é incorreta, mas geralmente destacamos com tanta distinção a primeira da segunda vinda que podemos cometer o erro de tratá-las como eventos sem qualquer relação entre si. Mas veremos que, à luz das Escrituras, a vinda de Cristo, mais do que um ou dois eventos pontuais na história, é um período que começou com a Sua manifestação física na terra e se encerrará com a Sua manifestação gloriosa nas nuvens do céu. 

I – A VINDA DE CRISTO NA PROFECIA Conforme estudamos ao longo deste trimestre, muitos são os testemunhos das Escrituras a respeito da vinda de Cristo, os quais despertaram e nutriram no povo de Deus, desde o princípio, a esperança de que, quando Cristo chegasse, todas as coisas seriam restauradas a uma justa ordem onde os ímpios seriam castigados e os justos, livres dos seus inimigos e dos efeitos perniciosos do pecado, desfrutariam de uma vida plena de paz e alegria diante de Deus. Não é necessário aqui repetirmos as profecias que estudamos em lições anteriores, exceto aquelas onde se nota como os profetas contemplavam essa vinda de Cristo em toda a sua amplitude escatológica, na medida em que todas as coisas se cumpririam com a Sua chegada, e o mundo atual com suas injustiças encontraria seu termo, dando lugar a novos céus e nova terra – uma nova ordem apropriada à justiça eterna do reino messiânico (Jl 2.30-32; Is 65.17-19; Ag 2.6-7). Portanto, os profetas não esperavam (e, portanto, não falaram em seus escritos sobre) duas, mas apenas uma vinda de Cristo, na qual entendiam que se cumpririam não apenas os acontecimentos relacionados à Sua manifestação física neste mundo, mas também aqueles que ainda esperamos se cumprirem na Sua “segunda” vinda em glória, designando esse tempo como o “dia do Senhor”, ou um “grande e terrível dia”, no qual o Messias executaria tanto o juízo contra os pecadores como o livramento dos fiéis (Ml 3.1-3; 4.1-5; cf. At 2.20-21). Notemos que esta também era a percepção de João Batista, ao pregar a chegada do reino dos céus (e do Messias) e, consequentemente, a iminência da manifestação do juízo e da salvação de Deus; e os discípulos, convencidos de que Jesus era o Cristo, esperavam que brevemente Ele se manifestaria em glória perante o mundo e restauraria todas as coisas, somente mais tarde entendendo que convinha que essa manifestação se cumprisse num tempo futuro que não lhes cabia determinar (Mt 3.1-3, 10-12; At 1.6-7; cf. At 3.19-21). Dito isto, devemos considerar também que não escapava à visão dos profetas o fato de que a vinda de Cristo não seria um evento pontual na história, mas sim um período que, embora breve em comparação com as eras passadas durante as quais havia sido prenunciado, permitiria o cumprimento dos propósitos de Deus de forma gradual e progressiva (Dn 2.44; 7.26; 9.26-27). 

II – A PRIMEIRA VINDA DE CRISTO Quando nos referimos então à “primeira vinda” de Cristo, estamos falando do tempo em que Ele se manifestou neste mundo em carne – o tempo do Seu nascimento, ministério, morte e ressurreição. E, embora tudo isso tenha ocorrido há mais de dois mil anos, tudo o que estava escrito na Lei e nos Profetas concernente a Cristo cumpriu-se já nesse tempo, de tal modo que a Sua primeira vinda é justamente reconhecida como o tempo da plenitude – isto é, o tempo de se cumprirem todos os desígnios de Deus, anunciados anteriormente pelos profetas (Gl 4.4; Hb 1.1; 1 Pe 1.20). Por isso, tudo o que resta acontecer no que diz respeito aos desígnios divinos quanto a Cristo, entre a Sua ascensão e o fim do mundo, é que a obra perfeita que Ele consumou nos dias de Sua carne produza o seu máximo efeito para maior satisfação do próprio Salvador, completando-se o número daqueles, dentre todas as nações, que hão de ser chamados à vida eterna (Lc 24.46-47; Mt 24.14; 2 Pe 3.9; cf. Ap 7.1-3). O fato de Cristo ter voltado para o Pai, de onde há de vir novamente, em nada diminui o caráter escatológico deste tempo inaugurado em Sua primeira vinda, pois, poucos dias após encerrar Sua jornada neste mundo, Ele voltou para os Seus em espírito, ao enviar o Consolador, que permanece com eles para sempre (Jo 14.16-18; 16.16-22). E, como vimos em lição anterior, o derramamento do Espírito é um sinal claro de que estamos no fim dos tempos, tendo se cumprido primeiramente no dia de Pentecostes, e depois nas gerações seguintes, até os nossos dias (At 2.37- 40; 15.13-18). 

III – A SEGUNDA VINDA DE CRISTO Embora a vinda de Cristo tenha se iniciado com a Sua primeira manifestação em carne, e desde então estejamos vivendo os últimos dias, Ele mesmo revelou que o fim somente chegaria quando novamente se manifestasse, não mais na aparência humilde de servo, mas na glória divina de Senhor e Rei. De fato, aos discípulos o Mestre acautelou que estivessem atentos e não se enganassem quanto a diversas coisas que deveriam suceder antes do fim, ao passo que o sinal da Sua vinda gloriosa seria inequívoco, pois à Sua manifestação nas nuvens do céu se seguiria o fim do presente século, do qual os fiéis seriam salvos e arrebatados para novos céus e nova terra, e OS ímpios banidos para o castigo do fogo eterno (Mt 24.1-8, 23-25, 29-31; 25.31-32, 34, 41; cf. 2 Ts 1.6-10; 2 Pe 3.7, 10-12; Jd 14-15). O Senhor alertou também Seus discípulos para que se preparassem para Sua segunda vinda, pois, ao passo que na primeira Ele havia inaugurado o tempo da salvação, conclamando os pecadores ao arrependimento e provendo a expiação pelos seus pecados; na segunda encerraria este tempo de forma abrupta e inesperada, e então restaria apenas a cada um prestar contas do que fizera com a oportunidade que lhe fora dada. E, assim como muitos não deram crédito à vinda de Cristo como servo, para salvar os pecadores, muitos serão apanhados despercebidos e despreparados, quando Ele vier em Sua glória, para julgar os vivos e os mortos (Mt 24.36-44; 1 Ts 5.4-6; Lc 18.8; 1 Pe 4.3-7). 

CONCLUSÃO A vinda de Cristo representa o ápice da esperança do povo de Deus em todos os tempos, e o fato de que Ele já veio uma vez para cumprir todas as coisas a fim de assegurar nossa eterna salvação fortalece ainda mais nossa certeza de que Ele virá novamente, muito em breve, para completar em nós a obra já iniciada.

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06 dezembro 2024

010-Cristo e a promessa do Espirito - Cristologia Lição 10 [Pr Afonso Chaves]06dez2024

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 LIÇÃO 10 

CRISTO E A PROMESSA DO ESPÍRITO 

TEXTO ÁUREO: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (At 1.4-5) 

LEITURA BÍBLICA: ATOS 2.14-21 

INTRODUÇÃO Dentre as promessas feitas por nosso Senhor Jesus Cristo enquanto ministrou entre nós nos dias da Sua carne, muitas vêm se cumprindo na presente dispensação do evangelho da graça, enquanto outras se cumprirão por ocasião da Sua vinda gloriosa nas nuvens do céu. Mas é de especial interesse para a cristologia bíblica a promessa concernente ao Espírito Santo, porque o seu cumprimento, além de ter resultado nos privilégios e bênçãos espirituais abundantes de que a Igreja hoje desfruta, também se constitui na prova mais contundente de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. 

I – A PREVISÃO DO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO No contexto da profecia bíblica, a concessão do Espírito Santo ao povo de Deus é uma promessa repetida diversas vezes em conexão com o estabelecimento do reinado do Messias. Embora desde a instituição do primeiro concerto fosse manifesto o propósito de Deus de habitar no meio do Seu povo, a rebeldia continuada de Israel limitou em grande medida que o Espírito Santo descansasse na congregação, sendo entristecido e contrariado pelos pecados e pela apostasia do povo (Ne 9.20, 30). Os profetas passam a anunciar, então, um novo concerto, sob o qual seria concedida, não uma nova lei, mas um novo espírito – um espírito de obediência voluntária ao Senhor Deus, pelo qual a palavra de Deus, antes observada a partir de tábuas de pedra, agora estaria gravada no coração de um remanescente fiel que, depois de castigado no cativeiro, seria trazido de volta à terra, arrependido dos seus pecados e verdadeiramente convertido ao Senhor Deus (Is 59.19-21; Ez 36.24-27). É verdade que o Espírito de Deus nunca abandonou o Seu povo, e que todos aqueles que alcançaram testemunho de que agradaram a Deus no passado só o fizeram porque movidos pelo Espírito Santo; mas poucos foram aqueles que o receberam uma medida do Espírito mais próxima àquela que o Senhor realmente desejava conceder a todo o povo (cf. Nm 11.29). Assim, a previsão das Escrituras era de que o Espírito de Deus seria concedido numa medida tão abundante e liberal que o comparava a águas derramadas para saciedade do sedento e para fazer nascer um bosque em terra seca. Tão abundante seria a graça e o entendimento ou visão das coisas de Deus concedida aos fiéis, que até os mais humildes ou menores dentre o povo, naqueles últimos dias, poderiam ser comparados aos que, no passado, eram chamados com exclusividade de profetas (Is 44.3-4; Jl 2.28-19). Que esta promessa deveria se cumprir com a vinda do Messias fica evidente quando consideramos o ministério de João Batista que, como arauto enviado diante do Senhor para preparar o Seu caminho, através do batismo de arrependimento preparou o povo para a chegada daquele que os batizaria com o Espírito Santo (Jo 1.31-33). O Messias esperado era aquele que havia sido ungido com a plenitude do Espírito de Deus para, operando com justiça e verdade, implantar o reino dos céus entre o povo de tal modo que todos participassem dessa plenitude (Is 11.1- 2; cf. Mt 12.28). 

II – A PROMESSA CONFIRMADA POR CRISTO Confirmando as palavras dos profetas até João, o Senhor Jesus fortaleceu a esperança dos discípulos na promessa do Pai demonstrando, através dos muitos sinais e prodígios que operou pelo “dedo de Deus”, que Ele era aquele que havia sido ungido com a plenitude do Espírito, não apenas para curar os enfermos e socorrer os homens nas suas necessidades materiais, mas também para saciar suas próprias almas eternamente (Jo 4.13-14; 7.37-39). E, em vista da brevidade com que a promessa do Pai se cumpriria, pouco tempo após a glorificação de Cristo – isto é, após Sua crucificação, ressurreição e ascensão aos céus – o próprio Senhor tanto prefigurou o recebimento do Espírito por aqueles que creram como os exortou a aguardarem em Jerusalém, em oração e súplicas, até que a promessa se cumprisse de fato (Jo 20.21-23; At 1.4-8, 14). A necessidade de Cristo ser primeiro glorificado para que o Espírito Santo fosse derramado pode ser analisada sob diversas considerações bíblicas, dentre as quais destacamos a que consideramos a principal: o Espírito Santo, enquanto penhor da nossa eterna redenção, sendo derramado nos corações dos crentes para regenerá-los e purificá-los do pecado, só poderia ser concedido após Cristo de fato oferecer Sua vida em preço de redenção na cruz do Calvário (At 2.37-38; Ef 1.13-14). Em seguida, era necessário que, ressuscitado e triunfante sobre o pecado, Cristo subisse aos céus e ali, na presença do Pai, rogasse em nosso favor para que, pelo mérito do Seu sacrifício eficaz, o Espírito fosse concedido aos Seus para que estes, não mais podendo ser assistidos pela presença física do Salvador, pudessem contar com a Sua presença em espírito, como um outro Consolador (Jo 14.16-18; 16.7). 

III – O CUMPRIMENTO DA PROMESSA Tendo ordenado aos discípulos que permanecessem em Jerusalém, o Senhor Jesus voltou para o Pai e, lá do alto, cerca de dez dias depois – que, somados aos quarenta dias entre Sua ressurreição e ascensão, totalizam cinquenta dias, completando-se o período para a celebração do Pentecostes – enviou o Espírito Santo sobre a igreja nascente, cumprindo assim a promessa do Pai. Os discípulos foram então batizados com o Espírito Santo, ou seja, completamente revestidos e cheios da virtude do Espírito. Este fenômeno constituía-se em algo novo e diferente de todas as manifestações anteriores do Espírito Santo nas gerações passadas do povo de Deus. Primeiro, porque não foi um, dois, ou um pequeno grupo, mas todos os presentes foram cheios do Espírito – aproximadamente cento e vinte discípulos. Segundo, a manifestação visava cumprir um sinal especialmente designado para confundir os incrédulos dentre os judeus, anunciando as grandezas de Deus em línguas de povos estranhos, que não conheciam ao Senhor. Terceiro, o cumprimento desta profecia entre os discípulos de Jesus, pouco depois da Sua morte, ressurreição e ascensão aos céus, era prova de que, aprovado por Deus, Ele havia sido constituído Senhor e Cristo. E, por último, a promessa havia se cumprido de tal forma que se podia concluir que Deus chamava a todos os homens para receberem o dom do Espírito, aos de longe e aos de perto, mediante o arrependimento e a fé em Jesus Cristo (At 2.1-4, 12, 14-18, 39). 

CONCLUSÃO O dom do Espírito Santo é o bem mais precioso que a Igreja recebeu de Cristo Jesus, e que Ele mesmo conquistou entregando Sua própria vida na cruz. Tendo recebido e concedido este dom à Igreja primeiramente no dia de Pentecostes, Cristo assegura, pela Sua contínua intercessão junto ao Pai, que todos quantos forem chamados para a salvação possam também receber o Espírito Santo, na certeza de que nosso Pai celestial não o negará àqueles que o pedirem.

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