04 janeiro 2018

001-A glória e excelência de Cristo Jesus - Aos Hebreus - Lição 01[Pr Afonso Chaves]02jan2018



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LIÇÃO 1: 
A GLÓRIA E EXCELÊNCIA DE CRISTO JESUS

TEXTO ÁUREO
“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3)

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 1.1-14

INTRODUÇÃO
Em tempos de incertezas e inseguranças, de esfriamento espiritual, de tolerância religiosa, do politicamente correto, do relativismo moral e de pluralismo religioso, o estudo da carta aos Hebreus é
importante, pois declara que só há um único e verdadeiro caminho que nos conduz aos céus – Jesus Cristo, o Filho de Deus. Diante de tais desafios, a igreja precisa crer e testificar que a mensagem aos Hebreus não trata de especulações a respeito de Jesus Cristo e de Sua obra, transmitida por mais uma tradição religiosa, mas é a voz do próprio Deus, através de Seu Filho, revelando-se de maneira plena e definitiva à humanidade. Se no passado a mensagem anunciada pelos servos de Deus era em representações e sombra das realidades celestes, em nossos dias, temos a alegria de desfrutar da glória e excelência de Cristo Jesus e compreendermos Sua superioridade sobre toda obra da criação e tradição religiosa. A esperança da igreja está em Jesus Cristo, “sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.1-2).

I – ASPECTOS GERAIS DA CARTA
Apesar de diversas especulações quanto à autoria, o escritor não se identifica no título original, nem através do livro, embora fosse bem conhecido dos seus leitores (Hb 13.18-24). No entanto, uma coisa é certa: ele escreveu na plenitude do Espírito e com entendimento, revelação e autoridade de um apóstolo (2 Pe 1.21), além de conhecer profundamente o Antigo Testamento (a Septuaginta) – em particular, o sistema sacerdotal e sacrificial levítico (Hb 9.1-5). Assim como o autor, os destinatários são também desconhecidos e apresentados como “irmãos santos, participantes da vocação celestial” (3.1). Provavelmente, essa comunidade era formada por judeus convertidos ao cristianismo e que tiveram contato com a pregação apostólica, pois o escritor exorta-os a “atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido” (2.1, 3). É possível ainda, que esses irmãos enfrentassem perseguições por causa da fé em Cristo (10.32-35; 12.1-13). A ausência de qualquer referência à destruição do templo de Jerusalém e do seu culto levítico é um forte indício de que o autor escreveu antes de 70 d.C.
O propósito do escritor é encorajar os crentes a perseverarem na sua fé em Cristo, a despeito das inúmeras tribulações e aflições que enfrentavam (2.1; 12.1, 12). Para isso, ele argumenta que as disposições divinas para a redenção vistas no antigo pacto foram cumpridas e estavam superadas pela vigência da Nova Aliança, estabelecida por Cristo, o Filho de Deus – o Autor e Consumador da nossa fé (8.6). Considerando assim a “glória e excelência de Cristo”, os leitores devem se esforçar com maior diligência pela salvação, atentando para o perigo de apostatarem da fé e voltarem às velhas práticas religiosas na tradição judaica.
O livro parece mais um sermão do que uma epístola. O autor descreve sua obra como “uma palavra de exortação” (13.22). Contém três divisões principais. A primeira, onde Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado ser a plena revelação de Deus à humanidade, maior do que os profetas (1.1-3), os anjos (1.4-2.18), Moisés (3.1-6) e Josué (4.1-11). Os leitores são advertidos quanto ao perigo do abandono da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade (2.1-3; 3.7-4.2). A segunda divisão apresenta Jesus como o sumo sacerdote, cujas qualificações (4.14-5.10; 6.19-7.25), caráter (7.26-28) e ministério (8.1-10.18), são perfeitos e eternos. O autor adverte aqueles que espiritualmente são imaturos e pensam em desistir da fé, depois de se tornarem participantes de Cristo (5.11-6.12). A divisão final (10.19-13.17) admoesta, enfaticamente, os crentes a perseverarem na salvação, na fé, no sofrimento e na santidade. 
Vejamos algumas características que afloram neste livro. No Novo Testamento (NT) é único quanto à
sua estrutura: começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta. É o texto mais refinado do NT, abeirando-se do estilo do grego clássico, mais do que qualquer outro escritor do NT, com exceção de Lucas. É o único escrito do NT que desenvolve o conceito do ministério sumo sacerdotal de Jesus.
A Cristologia do livro é ricamente variada, apresentando mais de vinte nomes e títulos de Jesus. A palavra “melhor” aparece treze vezes: Jesus é melhor que os anjos e todos os mediadores do Antigo Testamento (AT). Ele provê melhor repouso, concerto, esperança, sacerdócio, expiação pelo sacrifício vicário e promessas.
Contém o principal capítulo do NT a respeito da fé (cap. 11). Está repleto de referências e alusões ao AT que oferecem um rico conhecimento da interpretação cristã primitiva da história e da adoração no AT. Por fim, adverte, fortemente, contra os perigos da apostasia espiritual.

II – DEUS FALA POR INTERMÉDIO DO FILHO (1.1-3)
O autor assegura que a origem da revelação é divina. É certo que existe um Deus que se comunica e se dá a conhecer aos homens. Se “Deus falou”, não compete aos seus servos questionar, indagar, especular ou filosofar o que Ele disse, mas ouvir o que Deus falou e revelou a respeito de Si mesmo, e então, obedecer. O sábio ouve o que Deus disse e age em obediência à Sua determinação. Então, ouvi-Lo é sabedoria e vida, ignorá-Lo é tolice e morte.
No passado, o instrumento principal de Deus para Sua revelação foram os profetas (Ex 7.1; 4.10-16);
servos que falavam em nome do Senhor (Jr 15.19). Em nossos dias – hoje – Ele se revela, exclusivamente, por meio de Jesus Cristo, o Filho. Há uma acentuada distinção entre Jesus e os profetas. A revelação profética foi importante, porém, era sombra das realidades celestes. Mas a revelação de Deus em Jesus é maior, pois é plena, perfeita e definitiva. O próprio Deus enviou Seu Filho ao mundo para anunciar a glória do Pai. A mensagem de Jesus não era uma parte da verdade, mas Ele é a verdade. Se os profetas transmitiam o que Deus disse e, portanto, eram considerados amigos de Deus, através de Jesus – o Filho, o Pai fala diretamente aos homens; se os profetas captaram uma parte da mente de Deus, Jesus é a própria mente de Deus, a plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9). A Palavra de Deus falada mediante Seu Filho é final: ela cumpre e transcende tudo o que foi anteriormente falado da parte de Deus.
Este texto encerra mostrando sete credenciais que atestam que verdadeiramente o Filho é o Unigênito
do Pai. O Filho é herdeiro de tudo. A designação de herdeiro é uma consequência natural de Sua filiação, uma indicação de que o Filho participa da esfera eterna da mesma forma que Sua natureza é eterna (Jo 1.1; 17.5, 8,25). Tudo o que pertence ao Pai pertence a Ele por direito legal (Jo 16.15). Como Filho Amado, Ele é o único herdeiro legítimo (Mc 12.6-7; Jo 17.9-10, 24). O Filho também é o criador – “por quem fez também o mundo” (cf. Cl 1.16). O Filho é ainda “o resplendor da sua glória”. Aos Seus discípulos, Jesus disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Jesus é a imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15). A expressão exata do ser de Deus.
Em seguida, é afirmado que o Filho sustenta a criação pela palavra do Seu poder, ou seja, o Filho não é só o criador, mas mantém o equilíbrio do universo através de Sua palavra. Cristo, ao efetuar o perdão dos nossos pecados, mediante a Sua morte na cruz, assumiu o Seu lugar de autoridade: “assentou-se à destra” Deus (v. 3). A atividade redentora de Cristo no céu envolve Seu ministério de mediador divino (8.6; 13.15; 1 Jo 2.1, 2), de sumo sacerdote (2.17, 18; 4.14-16; 8.1-3), de intercessor (7.25) e de batizador no Espírito (At 2.33).

III – JESUS CRISTO É SUPERIOR AOS ANJOS (1.4-14)
Nesta passagem, é exposta a superioridade do Filho e a subordinação dos anjos. A argumentação está
alicerçada em sete textos das Escrituras que demonstram que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Este fato é testificado pelo próprio Deus: “Tu és meu Filho, hoje te gerei. Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho” (Sl 2.7; 2 Sm 7.14). Estes textos se referem a Davi e Salomão, que representavam o governo de Deus sobre a nação de Israel; agora, são aplicados a Jesus Cristo, um rei sem igual, maior que esses reis e que ocupa definitivamente o trono de Israel e cumpre as promessas de Deus na história (Mt 12.42; 22.42). Cristo excedeu todas as expectativas humanas, pela Sua vida, morte e ressurreição. Ele demonstrou que não era somente um rei, mas é o próprio Deus, o Rei prometido, o Filho Eterno. E quem são os anjos? Nos versos 6 e 7, o contraste é acentuado – os anjos são criaturas, estão a serviço, anunciam as glórias do Rei e devem adorá-Lo (Mt 2.13; 4.11; Lc 22.4, 43). Ao citar o Salmo 45.6-7, o autor enfatiza o reinado de Cristo como justo, ungido e que duraria pelos séculos dos séculos. O salmista falou de um rei humano em Israel, cujo reinado representaria o domínio de Deus na terra, porém, nos versos 8 e 9, é anunciado que este rei chegou e é o Filho de Deus. Jesus Cristo veio reinar sobre toda a terra, para todo o sempre, com justiça e equidade, e odeia a iniquidade. Este reinado existe desde a criação e continuará para todo o sempre (Sl 102.25-27). Complementando a ideia, é citado o Salmo 110.1: “Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés”. Oh, glória! Jesus é o Filho de Deus, é o rei, de eternidade a eternidade, do início ao fim da história, da criação à consumação. Os anjos servem e adoram a este Rei e nós devemos fazer o mesmo. Até aqui, vimos o serviço que os anjos prestam ao Filho; agora, no verso 14, eles têm uma outra missão: “enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”.

CONCLUSÃO
Diante desta magnífica mensagem dos céus, não há como permanecemos indiferentes ante a voz de Deus. Como escaparemos nós, se não atentarmos para tão grande salvação a nós revelada? Absolutamente nada, nem os profetas, nem os anjos, têm maior autoridade do que Cristo. Ele é o único caminho para a salvação eterna e o único mediador entre Deus e o homem.


QUESTIONÁRIO
1. Qual é o propósito da Carta aos Hebreus?
2. Cite sete credenciais que atestam que verdadeiramente o Filho é o Unigênito do Pai.
3. Por que o Filho é superior aos anjos?

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



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