MP3 PARA DOWNLOADS
LIÇÃO 11: A PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO
TEXTO ÁUREO: “Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.” (Lc
12.21)
LEITURA BÍBLICA: LUCAS 16.19-31
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos estudar uma parábola sobre a qual existem idéias controversas. Muitos
deduzem, a partir do que é aqui ilustrado, o ensino de que, ao morrer, os justos entrariam em uma
existência de deleites e felicidade, ao passo que os ímpios padeceriam sofrimentos indescritíveis em um
lugar de tormento. Mas isso está em franca contradição com o ensino geral das Escrituras sobre o
assunto. Entre a morte e a ressurreição não existe qualquer estado intermediário consciente, seja de
felicidade para os justos, ou de sofrimento para os ímpios – todos aguardam inconscientes no pó da terra
até a ressurreição e o juízo do último dia (cf. Ec 9.5, 6; Sl 6.5; Is 38.18, 19; Dn 12.2; Jo 5.28, 29).
Portanto, aconselha-se a não se sair do objetivo principal pelo qual Jesus contou a parábola do
rico e Lázaro; como em todas as demais parábolas, o objetivo desta que ora estudaremos se encontra no
contexto imediato dos versos 13 a 18, conforme passamos a analisar.
I – OS FARISEUS E A AVAREZA
Jesus havia acabado de contar a Seus discípulos uma parábola acerca de um mordomo ou
administrador infiel (Lc 16.1-13), o qual, ao saber que seria despedido por seu senhor, fez uso dos bens
que lhe haviam sido confiados para granjear favor e aceitação entre os próprios devedores de seu senhor.
Jesus elogia a prudência desse homem e ensina que, do mesmo modo, devemos usar nossos bens
materiais – que são as “riquezas da injustiça”, o pouco e o alheio que nos foi confiado – visando a glória
de Deus, em benefício do nosso próximo (cf. Lc 12.33; 18.22); enquanto apegar-se às riquezas é como
servi-las em lugar de Deus. Em suma: “Não podeis servir a Deus e a Mamom” (v. 13).
Os fariseus, amantes do dinheiro, quando ouviram estas palavras, ao invés de se sentirem
compungidos em seus corações pela sua avareza, escarneceram, ridicularizando as palavras de Cristo
diante dos Seus ouvintes (v. 14). Isto levou o Senhor Jesus a Se dirigir a eles, desmascarando-os como
homens que se justificavam a si mesmos, ou seja, sempre apresentavam razões para todos os seus atos,
inclusive quando agiam em flagrante contradição com a Lei de Deus – como no presente caso, em que
preferiam nutrir sua ganância por bens materiais, do que empregá-los como recursos que o próprio Deus
lhes confiou para lançarem “um bom fundamento para o futuro” (cf. 1 Tm 6.17-19).
Assim, a parábola que se segue tem o propósito de ilustrar vividamente o engano de tais homens
que confiam nas riquezas, e não se preocupam em ser primeiramente ricos para com Deus.
II – O CAMINHO DE LÁZARO E O CAMINHO DO RICO
A parábola começa retratando o extremo oposto de duas vidas: um homem rico que desfrutava de
todos os luxos e satisfações que sua riqueza podia lhe proporcionar; e outro homem, Lázaro, que, além de
padecer toda a penúria e necessidade de um mendigo, ainda era assolado pela enfermidade, não
recebendo qualquer benefício material nesta vida, senão o de cães que vinham lamber suas feridas.
Ocorre, porém, que tanto Lázaro como o rico morrem e, a partir desse momento, a condição de
ambos se inverte. Tendo o cuidado de não interpretar literalmente os detalhes da narrativa, notemos,
porém, o contraste entre uma morte gloriosa, na descrição de que os anjos levaram o sofrido Lázaro para
o seio de Abraão; e a morte do rico, descrita friamente pela expressão: “e foi sepultado”. A imagem tornase
ainda mais forte nos detalhes seguintes: Lázaro desfruta do privilégio de estar junto de Abraão, ao
passo que o rico é atormentado numa chama. Enquanto em vida era Lázaro quem jazia à porta do rico,
ansiando pelas suas migalhas, sem as receber; agora, é a vez de o rico contemplar a felicidade daquele, e
ansiar por um mínimo de refrigério, que do mesmo modo não lhe pode ser dado.
Contudo, Lázaro não foi salvo por ser pobre, tampouco o rico condenado por ser rico. A parábola
ilustra o comportamento típico dos fariseus, ou seja, a de homens que serviam ao mundo e confiavam
nas riquezas (Mc 10.21-24; Tg 4.4; cf. Sl 73.3-7), preocupando-se mais com o reconhecimento social e o
prestígio mundano que elas lhes proporcionavam, do que com a glória de Deus, na renúncia do amor
próprio e dos deleites desta vida (Mt 16.24; 1 Jo 2.15, 16), ainda que isto resultasse em vergonha e
desprezo pelos homens. A recompensa dos que servem a Mamom é irremediavelmente a sepultura e a
condenação no futuro (Lc 12.15-21; Sl 73.18-20; Tg 1.9-11; 5.1-5). Em Lázaro, por sua vez, está retratado
todo o crente que se resigna às dores e aflições que possam lhe sobrevir, confiando e esperando na
providência e socorro de Deus (Lázaro é outra forma do nome Eliezer, que significa: “Deus é a minha
ajuda”, ou “Deus ajudou”). Ainda que desprezado pelos homens, este é conhecido de Deus, e será
chamado para Sua glória e para a vida eterna naquele grande dia (cf. Mt 19.27-29; 2 Co 4.16-5.1; 2 Ts 1.3-
5). A resposta de Abraão também mostra a justiça de Deus na consolação de Lázaro e no sofrimento do
rico, precisamente porque este viveu somente para si, sem preocupar-se com a vida futura: “recebeste os
teus bens em tua vida”.
III – A SUFICIÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS
O diálogo entre o rico e Abraão prossegue, agora revelando outro aspecto da culpabilidade deste
homem – ele era um filho de Abraão, assim como Lázaro, mas isto não impediu que ficasse de fora do
reino dos céus (cf. Mt 8.11, 12). Era inútil se gloriar em ter Abraão como pai, como faziam os fariseus;
mas era necessário “empregar força para entrar no reino”, produzir os frutos de um genuíno
arrependimento e obediência a Deus (Mt 3.9).
Sem solução para o seu caso particular (cf. Hb 9.27), o rico ainda roga em favor de seus irmãos, os
quais provavelmente viviam da mesma forma que ele havia vivido e, conseqüentemente, também
estavam a caminho da perdição. A primeira resposta de Abraão é categórica: “Têm Moisés e os profetas;
ouçam-nos”. Ou seja, os vivos têm as Escrituras, que constituem testemunho abundante e suficiente para
que o homem possa se orientar no caminho da vida eterna (Sl 119.9-11; 2 Tm 3.16-17). Como o próprio
Jesus havia dito, “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei” (v. 17). Em outras palavras,
não havia justificativa para a avareza, nem para o adultério, nem para qualquer outro pecado que os
fariseus procuravam justificar diante dos homens.
Na segunda resposta de Abraão, fica evidente que, para homens que desprezavam o testemunho
de Moisés e dos profetas – as maiores testemunhas pelas quais Deus já havia falado ao Seu povo –
tampouco a palavra de qualquer outro homem, como Lázaro, surtiria qualquer efeito. Deste modo, Jesus
desmascara a hipocrisia dos fariseus que pediam sinais para crer em Sua palavra, quando, na verdade,
tudo o que Ele ensinava estava em perfeita harmonia com a Lei e os profetas (Mt 5.17, 18).
CONCLUSÃO
Através da parábola do rico e Lázaro, aprendemos que Deus não olha para a aparência do homem,
nem para a sua glória neste mundo; mas sim para o seu coração, e para o Seu interesse pela glória de
Deus, ainda que com sofrimentos e aflições. Ninguém é salvo por ser pobre, nem condenado por ser rico;
mas é melhor ser como a escória deste mundo, pobre, desprezado, mas ter nome, isto é, ser conhecido de
Deus; do que gozar dos prazeres passageiros, ser rico, aclamado, mas sem nome, isto é, desconhecido e
pobre para com Deus (compare Ap 2.9 e 3.17).
QUESTIONÁRIO
1. Por que os detalhes desta parábola não podem ser entendidos literalmente?
2. Qual é o objetivo principal desta parábola?
3. Por que ao morrer o rico passou a ser atormentado e Lázaro, consolado?
4. A riqueza é um pecado e a pobreza, uma virtude? Explique.
5. Por que os irmãos do rico não creriam em alguém que ressuscitasse dos mortos e desse
testemunho diante deles?
PARA USO DO PROFESSOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário