28 dezembro 2016

001-As bens aventuranças do Reino - O Sermão do Monte Lição 01[Pr Afonso Chaves]27dez2016


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LIÇÃO 1: 
AS BEM-AVENTURANÇAS DO REINO 

TEXTO ÁUREO:
 “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 4.17) 

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 5.1-12 

INTRODUÇÃO 
O ensino de Jesus registrado em Mateus 5 a 7 geralmente é conhecido como o “Sermão do Monte”. Mas esta designação pouco diz a respeito do seu conteúdo. Trata-se de um sermão em que nosso Senhor apresenta as elevadas qualidades espirituais dos súditos do reino de Deus, bem como ensina o padrão de justiça perfeita exigida deles. São ensinamentos de extrema importância para nós, pois neles temos muito a aprender sobre a excelência do nosso chamado para fazermos parte deste reino e do quanto Deus requer de nós como Seus súditos. 

I – CONTEXTO DO SERMÃO DO MONTE (MT 4.12-25) 
Não é possível determinar o monte sobre o qual nosso Senhor proferiu este sermão. Contudo, podemos dizer que Jesus se encontrava na Galiléia, no início do Seu ministério. Após a prisão de João Batista, tendo Ele chamado os Seus primeiros discípulos (vv. 18-22), percorria a região, ensinando, pregando e realizando milagres de cura (v. 23). Sua fama já havia se espalhado pelas regiões circunvizinhas, de modo que era seguido por uma grande multidão (v. 24-25). A suma da mensagem de Cristo era: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (v. 17). Ele anunciava a realidade de um reino que muitos aguardavam se manifestar, mas cuja natureza ainda não compreendiam. Nosso Senhor não falava de um reino deste mundo, mas do reino dos céus (ou o reino de Deus), cuja presença não poderia ser percebida pelos sentidos carnais, tampouco por alguma alteração na ordem dos governos terrenos (Lc 17.20; Jo 18.36), mas sim pela submissão à ordem proclamada pelo seu Rei: “Arrependei-vos”, ou seja, para recebê-lo, era necessário renunciar totalmente ao pecado e produzir frutos dignos da excelência desse reino espiritual (cf. Mt 3.1-10). Esta é a boa nova do reino. Assim, este sermão pode ser entendido como uma oportuna explicação de quem são estes que se arrependem e produzem fruto, e que por isso são verdadeiros súditos do reino de Deus. 

II – CONTEÚDO E PROPÓSITO DO SERMÃO DO MONTE (MT 5.1-2) 
Este sermão é pronunciado por Jesus tanto em atenção aos Seus discípulos, que dEle se aproximaram na ocasião, como também à multidão, que O ouvia mais de longe (cf. Mt 7.28, 29). Na verdade, o sermão é pertinente a todos quantos ouvem a proclamação do reino dos céus (Mt 24.14). Podemos notar que, ao longo deste sermão, é feito um contraste entre aqueles que participam do reino de Deus e os que ficam de fora – estes últimos representados ora pelos “homens”, de uma forma geral, ora pelos “escribas e fariseus”, ora pelos “publicanos”, ora pelos “gentios”, ora pelos “hipócritas”, “falsos profetas” e falsos discípulos. Há uma divergência contrastante de interesses, intenções, propósitos e atitudes entre os súditos do reino de Deus e os demais. Contudo, é muito importante entender que este sermão não é como uma “nova lei” – uma série de mandamentos a serem cumpridos como condição para se entrar no reino dos céus. Para tanto, é necessário “nascer de novo” (Jo 3.3, 5), e isto é obra da graça de Deus, não do esforço e vontade humanos (Lc 12.32; 22.29; Cl 1.13; Ap 5.9, 10). O Sermão do Monte revela um caráter espiritual e um padrão de justiça elevadíssimos, inalcançáveis ao homem natural, e que, pelo contrário, mostram-no muito distante do reino de Deus, e a suas obras, como trapos de imundícia. Apenas o verdadeiro discípulo de Cristo, introduzido neste reino pela graça de Deus, é capaz de não apenas ouvir, mas também cumprir estas palavras (Mt 7.24; Jo 15.5). 

III – AS BEM-AVENTURANÇAS (MT 5.3-12) 
A primeira seção em que podemos dividir o sermão em apreço é a das “bem-aventuranças”. Ser bem-aventurado é o mesmo que ser “feliz”, “afortunado”, alguém que se pode dizer plenamente realizado e completo. Ao explicar a razão dessas bem-aventuranças, o Senhor Jesus contraria não apenas o conceito mundano sobre felicidade, mas também o pensamento de que o reino de Deus devesse trazer paz, conforto e prosperidade exteriores (Rm 14.17). A felicidade segundo Deus independe dessas circunstâncias. As virtudes, qualidades e características associadas às bem-aventuranças formam um todo inseparável, e acham-se presentes em todo o cristão, tornando-o mais semelhante ao Seu Senhor, identificando-O como verdadeiro discípulo e súdito do reino (Lc 6.40). Não são qualidades morais, que o homem natural poderia exercitar, pois estas 2 jamais o tornariam merecedor de recompensas espirituais. Logo, são qualidades geradas pelo Espírito, e é por isso que estão associadas a benefícios espirituais e eternos (Gl 5.22; 6.7, 8). Consideremos, então, cada uma destas bem-aventuranças, na ordem em que se apresentam no texto sagrado: 1. “Bem-aventurados os pobres de espírito...” (v. 3). A pobreza material não é virtude, tampouco a intelectual ou espiritual. Ser pobre de espírito é reconhecer a nossa completa inabilidade e a insuficiência de nossos meios e recursos, bem como a nossa total dependência da graça e misericórdia divinas, para alcançarmos as riquezas do reino dos céus (Lc 18.9-14; Mt 11.5; Sl 40.17; Is 66.2). 2. “Bem-aventurados os que choram...” (v. 4). Trata-se do choro como expressão de tristeza, mas há diferença entre o choro de tristeza do mundo e o de um cristão. Este se entristece, primeiramente, pelos seus próprios pecados e fracassos na obediência devida a Deus (Tg 4.9); depois, pelo mal que predomina neste mundo (Sl 119.53); e ainda pelo sofrimento do seu próximo (Rm 12.15). 3. “Bem-aventurados os mansos...” (v. 5). A mansidão é considerada sinal de fraqueza pelo mundo, que busca sua felicidade confiando em sua própria força e astúcia. O súdito do reino confia no Senhor, descansa em Sua bondade e providência (Sl 37.3-11), e por isso é satisfeito e contente com o que possui nesta vida, e herdará todas as coisas no porvir (Ap 21.7). 4. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça...” (v. 6). Justiça é a essência do reino de Deus, e por ela o cristão anseia como pelo próprio alimento. Ao passo que o mundo se satisfaz com uma justiça relativa, nunca perfeita, e sempre alheia às exigências da lei divina (Rm 3.10), o súdito do reino de Deus é imbuído de um senso de justiça que não almeja nada menos do que a vontade de Deus plenamente realizada, tanto nos céus como na terra. 5. “Bem-aventurados os misericordiosos...” (v. 7). Não se trata de ter misericórdia com o próximo, para alcançar misericórdia de Deus. Misericórdia não pode ser merecida. É característica inequívoca do cristão, porque este primeiramente alcançou misericórdia da parte de Deus e agora não pode deixar de ter compaixão pela miséria alheia, tanto material como espiritual (Mt 18.15-35; Sl 37.21; Gl 6.2; Jd 22). 6. “Bem-aventurados os limpos de coração...” (v. 8). O coração é a sede dos pensamentos e intenções, e por natureza é mau e enganoso (Jr 17.9). Mas, pela obra da regeneração do Espírito, o cristão é liberto do amor deste mundo (At 15.9; Tt 3.5), e agora ama sincera e exclusivamente a Deus, agradando-O não apenas na aparência, mas também no interior (Mt 15.7-9; Tg 4.8). 7. “Bem-aventurados os pacificadores...” (v. 9). O discípulo de Cristo ama a paz, e a segue em seu relacionamento com o próximo (Rm 12.18; Ef 4.3; 1 Pe 3.11), pois, pela reconciliação da cruz, ele mesmo foi trazido a um relacionamento de paz com Deus (Ef 2.14). 8. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição...” (v. 10). O cristão não deve esperar aplausos por ser discípulo de Cristo, mas antes perseguição em razão do seu anelo pela justiça de Deus (2 Tm 3.12). Aplicando esta bem-aventurança ao caso particular dos discípulos, o Senhor Jesus caracteriza o que deveriam esperar do mundo em mais de um aspecto: palavras ofensivas (injúria), oposição em geral (perseguição) e falsas acusações (mentira), cf. Mt 24.9. Isto, porém, não deveria impressioná-los, pois não seriam os primeiros a passar por essas aflições, e, ao serem comparados aos profetas do passado, ou seja, a homens altamente favorecidos e amados por Deus, eis um grande motivo para se alegrarem nesta vida e esperarem por grande recompensa no céu (At 5.41; 1 Pe 4.12-14). 

CONCLUSÃO 
O sermão de Jesus que estudaremos neste trimestre apresenta a essência do que é ser súdito do reino de Deus. Seus ensinos são pertinentes a todos os que almejam ser achados como verdadeiros discípulos e servos de Cristo, pois identificam e descrevem o novo espírito, a nova índole que caracteriza Seus súditos, e prescrevem a nova conduta e prática que devemos ter neste mundo em harmonia com o reino de Deus, enquanto aguardamos a manifestação plena desse reino, em novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça. 

QUESTIONÁRIO 
1. Explique a relação entre o Sermão do Monte e as palavras do Senhor: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”. 
2. A quem são dirigidas as palavras deste sermão? 
3. Que tipo de pessoa é caracterizada ao longo deste sermão? 
4. Por que o Sermão do Monte não pode ser entendido como uma “nova lei”, ou como mandamentos a serem cumpridos para alguém se tornar súdito do reino de Deus? 
5. Qual a diferença entre as bem-aventuranças e qualidades morais naturais, que qualquer homem poderia exercitar?

PARA USO DO PROFESSOR
UTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.

APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova
Fundada em 29 março de 2009 por Moisés Moreira



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