31 agosto 2016

009-O Concílio em Jerusalém - Atos dos Apóstolos Lição 09 [Pr Afonso Chaves] 30ago2016



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Lição 9: 
O Concílio em Jerusalém

Texto Áureo
“E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé” (At 15.8-9).

Leitura Bíblica: At 15.1-20

Introdução
Nesta lição, veremos as medidas adotadas pelos apóstolos no Concílio de Jerusalém para confirmar a integração dos gentios à igreja, bem como dispensá-los das obrigações religiosas comuns aos judeus, como a circuncisão. Mesmo com muitas provas inequívocas dadas por Deus em relação à conversão dos gentios, havia muitos fariseus convertidos que desejavam impor aos gentios alguns preceitos da lei que nada mais eram do que sombras daquilo que estava efetivamente cumprido em Cristo. Hoje aprenderemos lições importantes para a igreja contemporânea avançar na evangelização mundial e não permitir que a imposição de tradições religiosas ou culturais sejam empecilhos para o avanço do Reino.

I – A controvérsia dos fariseus convertidos (vv. 1-12)
Sabemos muito bem que a circuncisão, no contexto da antiga aliança, servia como figura ou sombra da nova e eterna aliança no sangue de Jesus Cristo estabelecida por Deus com os Seus eleitos. Entretanto, o início da igreja foi marcado por muitas controvérsias em relação à continuidade e à descontinuidade de alguns princípios da antiga aliança. No texto em análise, a circuncisão era vista por alguns fariseus convertidos como necessária aos gentios para que estes alcançassem a salvação. Esse grupo ainda não tinha em conta a supremacia e a suficiência do sacrifício vicário de Cristo para a completa expiação dos pecados daqueles que creem no Evangelho (Rm 8.1-2; 8.31-34; Gl 5.1-15; Fp 3.2-3; Cl 2.6-23).
Com o propósito de considerar cuidadosamente este assunto, os apóstolos se reuniram em Jerusalém numa grande assembleia. Em virtude das distintas opiniões acerca do assunto, na assembleia houve grande contenda. Diante disso, Pedro tomou a palavra a fim de testificar acerca dos notórios sinais divinos relacionados à inclusão dos gentios no Reino de Deus, conforme a obra da soberana graça em seus corações. Pedro enfatiza a graça divina como a única fonte de salvação tanto para judeus quanto para gentios. Se a salvação é por graça, logo não seria necessário que os gentios “guardassem a lei de Moisés” para que tivessem a aprovação divina, é “um jugo que nem nossos pais nem nós podemos suportar” (Gl 3.1-14; Ef 2.8-10; Tt 2.11-14).

II – O consenso dos apóstolos e o veredicto do conselho (vv. 13-21)
O apóstolo Tiago, tendo em vista os testemunhos de Pedro, Paulo e Barnabé sobre a inquestionável operação de Deus na salvação de muitos gentios, tomou a palavra na assembleia, trazendo por fim um veredicto em conformidade com a sã doutrina. Tiago também fez menção da profecia de Amós, o qual profetizou sobre o tempo em que a salvação seria estendida a todas as nações (Am 9.11-12). Com base nas evidências da graça entre os gentios e na promessa divina revelada através de Amós, fica claro que os gentios não deveriam ser perturbados no tocante a circuncisão. No entanto, Tiago estabeleceu que os gentios se abstivessem das contaminações da idolatria, da prostituição e de comer carne com sangue. Tal proposta do apóstolo Tiago recebeu aprovação imediata por parte dos demais apóstolos e anciãos.
Com a decisão da assembleia, coube à liderança da igreja em Jerusalém eleger varões que seriam responsáveis por comunicar aos gentios convertidos ao Evangelho qual deveria de ser a sua conduta como participantes da salvação em Jesus Cristo. A rapidez e a praticidade com que os apóstolos e anciãos trataram este assunto foi de extrema importância para o progresso do Evangelho entre os gentios de todo o mundo e para as gerações futuras.

III – A comissão responsável pela exortação dos gentios (vv. 22-35)
Paulo, Barnabé, Judas e Silas foram eleitos para compor a comissão responsável para levar o veredicto do concílio de Jerusalém aos gentios situados em Antioquia, Síria e Cilícia. De posse das recomendações dos apóstolos, a comissão trabalhou entre os gentios confirmando-os na fé em Cristo e orientando-os adequadamente em relação às abstenções colocadas pelos apóstolos e anciãos. A leitura da carta dos apóstolos trouxe grande alegria aos gentios, pois lhes proporcionou segurança e paz no desenvolvimento da piedade em Cristo Jesus.

Conclusão
O evangelho de Jesus Cristo é o único fundamento suficientemente sólido e inabalável capaz de garantir a perpetuidade da igreja até a consumação dos séculos (Mt 16.13-18). A igreja contemporânea precisa trabalhar como os apóstolos trabalharam na preservação do Evangelho como fonte de graça e salvação a todos os povos do mundo, então virá o fim (Mt 24.14).

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24 agosto 2016

008-A primeira viagem missionária de Paulo - Atos dos Apóstolos Lição 08 [Pr Afonso Chaves] 23ago2016



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Lição 8: 
A Primeira Viagem Missionária de Paulo 

Texto Áureo: 
“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado” (At 13.2). 

Leitura Bíblica: Atos 13.1-5, 42-52 

Introdução 
Na lição de hoje, vamos compreender como foi a expansão da pregação do Evangelho a outros povos gentios, a partir de uma incursão missionária em regiões além das cercanias de Jerusalém. 
Coube a Barnabé e a Paulo fazerem essa viagem, conforme a clara direção do Espírito Santo. Vamos extrair dos relatos dessa viagem princípios importantes para orientação da obra missionária em nossa geração. 

I – O Espírito Santo e a coordenação da obra missionária (13.1-12) 
Barnabé e Paulo, após entregarem em Jerusalém os donativos enviados pelos cristãos de Antioquia, regressaram a esta cidade e se uniram aos demais servos de Deus a fim de jejuarem e orarem. Enquanto serviam ao Senhor com jejum e oração, o Espírito Santo disse para que apartassem a Barnabé e Paulo a fim de que estes atendessem a um chamado específico para a obra de Deus. 
Em obediência à orientação divina, os líderes que com eles estavam oraram sobre eles com imposição de mãos e os despediram. 
Paulo e Barnabé, dirigidos pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e depois navegaram para Chipre. Na ilha de Chipre, inicialmente se estabeleceram na cidade de Salamina, onde, juntamente com João, anunciaram o Evangelho nas sinagogas. 
Logo em seguida, atravessaram a ilha até Pafos, onde tiveram que enfrentar a oposição de um falso profeta chamado Barjesus, o qual se opunha à pregação dos discípulos para impedir que o procônsul Sérgio Paulo tivesse livre acesso à verdadeira redenção em Jesus Cristo. 
Paulo, cheio do Espírito Santo, enfrentou com muita ousadia e autoridade a oposição de Barjesus e ordenou que seus olhos fossem cegados, o que sucedeu conforme a palavra do apóstolo. 
Sérgio Paulo ficou impressionado com o grande sinal operado através do apóstolo Paulo e, com isso, creu na doutrina do Senhor. 
O poder do Espírito Santo é supremo e, portanto, capaz de romper com as influências das trevas que tentam obstruir o progresso da igreja entre os povos. Uma vida cheia do Espírito Santo é fundamental para que sejamos tanto obedientes a Deus quanto resistentes às artimanhas do diabo. 
A oração, o jejum, a obediência às Sagradas Escrituras e à direção do Espírito, são essenciais para aprofundar nossa comunhão com Deus e fortalecer nossa fé para encararmos os desafios da obra de evangelização. 

II – A pregação de Paulo (13.13-52) 
Após isto, Barnabé e Paulo partiram de Pafos, passaram por Perge, onde foram abandonados por João, e chegaram a Antioquia da Psídia. 
Entrando na sinagoga em dia de sábado, assentaram-se e ouviram a lição da lei e dos profetas. Em seguida, foi concedida a Paulo a oportunidade para dirigir alguma palavra de consolação para o povo. Sem hesitar, Paulo abriu a boca e, fazendo uma revisão da história dos judeus, um esboço conciso da vida de Jesus, com ênfase na Sua ressurreição, Paulo testemunhou acerca de Cristo, convocando os presentes a que cressem no Evangelho e recebessem a justificação e remissão dos seus pecados. 
No sábado seguinte, aqueles que haviam crido no Evangelho, bem como os curiosos por saberem mais, fizeram um grande ajuntamento composto por quase toda a população daquela cidade. Com isso, os judeus encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo dizia. 
A resistência dos judeus serviu como evidência para que Barnabé e Paulo concentrassem seus esforços na evangelização dos gentios. 
Desta forma, Paulo assume firmemente o seu chamado de apóstolo dos gentios. Os gentios celebraram a mensagem de Paulo com muita alegria e o Evangelho foi pregado por toda aquela província. 
Todavia, os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, lançando-os para fora dos limites da província. Seguindo as orientações de Cristo com relação às cidades que rejeitassem a sua mensagem, eles sacudiram o pó de seus pés e partiram, cheios de alegria e do Espírito Santo, para Icônio. 

III – O Evangelho é pregado em Icônio, Listra e Derbe (14.1-28) 
Na cidade de Icônio, os apóstolos entraram juntos na sinagoga, a fim de pregar o Evangelho aos gregos e judeus ali presentes. A pregação foi agraciada por Deus de tal maneira que uma grande multidão creu no Evangelho. 
Entretanto, houve uma terrível divisão entre os moradores de Icônio, porque os judeus incrédulos incitaram muitos gentios contra os crentes, o que provocou um grande motim. 
Diante disto, fugiram eles para Listra e Derbe, cidades vizinhas de Licaônia, onde perseveraram em pregar a mensagem de Cristo. 
Em Listra, houve a maravilhosa operação de um milagre de cura que beneficiou um varão, que era coxo de nascimento. Quando a multidão viu a cura imediata do coxo, todos ficaram espantados e pensaram que Paulo e Barnabé fossem deuses que se fizeram homens. 
Por isso, o sacerdote de Júpiter e a multidão quiseram oferecer sacrifícios aos servos de Deus. Porém, Paulo, indignado com tal atitude, resistiu veementemente, pois não desejou tomar para si uma glória que pertence somente a Deus, o verdadeiro autor de milagres. 
Paulo acabou sendo apedrejado. No entanto, estando ainda vivo, não perdeu o ânimo e continuou a pregar, agora em Derbe. Desta cidade retornou para Listra, Icônio e Antioquia, exortando os irmãos a permanecerem na fé e estabelecendo anciãos em cada igreja. 

Conclusão 
A primeira viagem missionária empreendida por Paulo e Barnabé foi marcada por muitos desafios e oposições, mas a graça divina sempre cooperou com os servos de Deus para assegurar-lhes êxito nessa missão. 
Podemos nos inspirar nessa história para obtermos o encorajamento necessário a fim de nos lançarmos com coragem no cumprimento do propósito divino de evangelizar o mundo todo até que Cristo volte para buscar a Sua igreja.

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17 agosto 2016

007-A Evangelização do Gentio Cornélio - Atos dos Apóstolos Lição 07 [Pr Afonso Chaves] 16ago2016



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Lição 7: 
A Evangelização do Gentio Cornélio 

Texto Áureo:
“E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço em verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e obra o que é justo” (At 10.34-35).

Leitura Bíblica: Atos 10.34-48

Introdução 
Na lição anterior, aprendemos como a maravilhosa graça divina transformou a Saulo de Tarso, o grande perseguidor da igreja, no maior promotor do Evangelho em sua época.
Nesta lição, vamos compreender como a mesma maravilhosa graça que transformou a vida de Saulo de Tarso foi estendida aos gentios, bem como as implicações práticas que favoreceram o avanço da igreja em todo o mundo.
Primeiro, o Evangelho foi anunciado às ovelhas perdidas da casa de Israel; agora, o apóstolo Pedro, sob clara orientação divina, dá início à proclamação da salvação em Cristo aos gentios.

I – Cornélio, um gentio temente a Deus (vv. 1-8) 
Lucas identifica Cornélio como um centurião piedoso que continuamente buscava a Deus por meio da oração e demonstrava uma piedade prática através das esmolas. Embora não fosse judeu, Cornélio honrava ao Senhor e, pelo que tudo indica, era bastante fervoroso em sua devoção a Deus.
Num certo dia, Cornélio foi surpreendido por um anjo do Senhor, o qual foi incumbido de levar até esse centurião romano uma mensagem que transformaria radicalmente não apenas a sua vida, mas também a vida de milhões de gentios em todo o mundo.
O anjo imediatamente faz menção da satisfação de Deus com as orações e esmolas praticadas por Cornélio, pois eram os meios pelos quais ele demonstrava seu sincero temor a Deus. Deus, verificando a fervorosa busca de Cornélio, atendeu suas orações a fim de conduzi-lo a um relacionamento mais íntimo e sólido conSigo.
Precisamos compreender que Cornélio não foi justificado pelas boas obras que fazia, e a prova disso é que ele precisou do Evangelho para receber a perfeita justiça de Cristo para sua vida e família (Is 55.6-13; Jr 29.11-13).

II – A purificação dos gentios (vv. 9-35) 
Enquanto Cornélio enviava seus servos até Jope para trazerem a Pedro, o Senhor estava falando com Pedro por meio de uma visão acerca da proclamação do Evangelho aos gentios.
Pedro teve um arrebatamento de sentidos e, logo em seguida, foi-lhe dada a visão do céu aberto, e de um vaso descendo, como se fosse um grande lençol branco amarrado pelas quatro pontas, vindo sobre a terra.
Sobre o lençol havia animais de diferentes espécies. Pedro ouviu do céu uma voz que dizia: “Levanta-te, Pedro, mata e come”. Entretanto, Pedro recusou-se a acatar a voz que lhe falava, pois ele seguia a lei mosaica que proibia a ingestão de carne proveniente de animais considerados imundos. Mas a voz bradou novamente, dizendo: “Não faças tu comum o que Deus purificou”.
Por três vezes essa visão se repetiu, até o vaso recolher-se no céu. Enquanto Pedro arrazoava sobre o significado daquela visão, chegaram onde ele estava os servos de Cornélio para buscá-lo.
Em obediência à orientação prévia dada pelo Espírito Santo, Pedro acompanhou aqueles varões até a casa de Cornélio em Cesaréia. Pedro, ao chegar na casa de Cornélio e ouvir o seu relato sobre a mensagem do anjo, começou a compreender o real sentido da visão que ele próprio tivera na casa de Simão, o curtidor.
Então, ficou claro para Pedro que ele não deveria mais tratar os gentios como se fossem comuns ou imundos, mas que a graça da salvação em Cristo estava reservada também para eles (Is 65.1; Mc 16.15-16; 1 Tm 2.1-8).

III – O dom do Espírito Santo é concedido também aos gentios (vv. 36-48) 
Pedro, tendo em vista o fervor espiritual de Cornélio e de seus familiares, bem como as evidências inquestionáveis da atuação divina em todo esse quadro, abriu sua boca com toda ousadia para anunciar o testemunho da morte e ressurreição de Jesus Cristo para o perdão dos pecados de todo aquele que nEle crê.
Como a pregação estava sendo recebida com muita fé pelos ouvintes, antes mesmo de Pedro encerrar seu discurso, mas tendo dito o essencial, o Espírito Santo caiu sobre os gentios, e foi-lhes concedido que falassem em outras línguas.
Os judeus que acompanhavam a Pedro ficaram maravilhados ao ver o dom do Espírito Santo ser concedido também aos gentios.
Com isso, Pedro considerou lícito batizar em águas esses gentios que agora foram cheios do Espírito Santo, visto que o próprio Deus estava testificando Sua aprovação acerca da inclusão dos gentios no Seu plano de salvação (Jo 7.38-39; Gl 3.1-14; Ef 2.11-22).

Conclusão 
Agora, com uma visão mais ampla sobre o plano de Deus para salvação da humanidade, caberia aos discípulos difundirem o Evangelho a toda a criatura, em todo o lugar e em todo o tempo, sem restrições étnicas ou culturais.
Portanto, cabe à igreja contemporânea considerar esses princípios a fim de estabelecer uma evangelização global e eficaz até a consumação dos séculos.

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11 agosto 2016

006-A Conversão de Saulo - Atos dos Apóstolos Lição 06 [Pr Afonso Chaves] 09ago2016


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Lição 6:
A Conversão de Saulo 

Texto Áureo: 
“Disse-lhe, porém, o Senhor: vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel e eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9.15, 16). 

Leitura Bíblica: Atos 9.1-18 

Introdução 
Neste capítulo, Lucas abre um parêntese para registrar a conversão de Saulo. Apresenta como, onde, e por que o Senhor se revela a Saulo. Ou seja, como se deu a conversão deste grande homem de Deus, que se entregou totalmente à obra missionária. 
A narrativa deixa algumas lições importantes para a igreja, das quais destacaremos apenas três: primeiro, Jesus se apresenta a Saulo; segundo, o Senhor apresenta a Saulo qual seria sua missão; e, por fim, o próprio Saulo se apresenta para o trabalho ao qual foi chamado. 

I – O Senhor se apresenta a Saulo (vv. 1-9) 
Enquanto a obra da evangelização prosseguia em Jerusalém, Judeia e Samaria, Lucas mostra que o Senhor ao mesmo tempo está executando Seus projetos em outro plano. 
Relata Lucas que Saulo respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor e, com autorização do sumo sacerdote, se dirige a Damasco a fim de prender homens ou mulheres que pertencessem ao Caminho. 
Porém, os planos do Senhor eram diferentes dos de Saulo. Enquanto se dirigia a Damasco para colocar em prática seus planos, ele é surpreendido pelo Senhor. No caminho perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu e, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues”? 
O Senhor evidentemente tinha a reposta, mas foi a maneira de se apresentar a Saulo e também mostrar a ele a Quem estava perseguindo. 
E, ouvindo aquela voz, tremendo e atônito, disse: “Quem és, Senhor”? É o servo ouvindo a voz do seu Senhor. Essa voz é inconfundível e irresistível; porque não se ouve apenas no ouvido físico, mas também no espiritual. 
Servos do passado a ouviram e a obedeceram, e também tiveram suas vidas mudadas. Saulo esteve por um espaço de tempo desligado do mundo físico, sem ver, sem comer, nem beber. 

II – O Senhor apresenta a Saulo sua Missão (vv. 10-18) 
Enquanto isso o Senhor está dentro da cidade, agindo na vida de outro discípulo. Ananias era apenas um “certo discípulo” de Damasco e, até então, sem muita notoriedade, até que o Senhor o incumbe de uma grande missão – mostrar a Saulo os planos do Senhor dali para frente. 
Enquanto Saulo está recolhido, o Senhor trabalha no mundo espiritual revelando projetos futuros da obra de evangelização da igreja. E é a este discípulo, sem muita expressão diante dos homens, mas grande diante de Deus, que o grande projeto de Deus na vida de Saulo é revelado. O Senhor mostra a Ananias o Seu projeto de uma forma tão clara que Ananias reconhece Saulo e teme. 
Porém, o Senhor o tranquiliza dizendo: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome”. Ananias vai até Saulo em obediência à voz do Senhor e diz a Saulo que o mesmo Senhor que lhe aparecera no caminho também lhe apareceu em Damasco e que o havia enviado a ele para que voltasse a ver e fosse cheio do Espírito Santo. E então caem dos olhos de Saulo como umas escamas e ele recobra a vista; contudo, já não é mais o mesmo Saulo. O vaso já está de acordo com o querer do oleiro e preparado para cumprir a missão – levar o nome do Senhor aos gentios. 

III – Saulo se apresenta para a obra (vv. 19-31) 
Saulo, de posse da mensagem do Senhor, que nortearia dali em diante todo o seu ministério, alimentou-se e ficou confortado. Sobre esta mensagem falaria mais tarde em suas cartas, a qual fez com que obedecesse como servo ao seu Senhor e se considerasse, portanto, um preso do Senhor (At 26.19, 20). 
Todas as características do ministério de Saulo, tanto a respeito dos dons como das perseguições sofridas, não eram escolhas próprias, mas do Senhor da obra. A disposição, o ímpeto, a entrega era ainda mais forte, pois, imbuído da missão, se apresenta rapidamente para a obra e a entrega é total (Gl 1.15). 
Muitos o reconhecem como aquele perseguidor, mas Saulo se esforçava muito mais, e por isso confundia os judeus de Damasco, provando que aquEle que fora crucificado era o Cristo. Não demora muito para a palavra do Senhor começar a se cumprir (v. 16); os judeus tomam conselho entre si para o matar. 
Com a ajuda dos discípulos de Damasco, sendo a cidade vigiada de dia e de noite, descem-no por um cesto pelo muro. Saulo chega a Jerusalém e é apresentado por Barnabé aos apóstolos e conta como o Senhor lhe aparecera em Damasco, e como falara ousadamente no nome de Jesus. Segue-se que ele disputava com os gregos a respeito de Jesus e estes queriam matá-lo. 
Mas os irmãos o levam a Cesareia e depois a Tarso. 

Conclusão 
O propósito maior da conversão de Saulo não era trazer solução para as perseguições sobre a igreja. Não era a intenção do Senhor cessar as aflições, afinal a igreja está no mundo. 
Este já era um vaso escolhido desde o ventre de sua mãe, sua conversão é mais uma etapa dos planos de Deus. 
No entanto, uma conversão deste porte trouxe paz e edificação para a igreja. Ou seja, em todas as instâncias, o Senhor está com a igreja, desde que esta esteja obedecendo à ordem dada pelo Mestre, e assim haverá cooperação do Senhor, em cumprimento às Suas promessas (Mt 28.20; Mc 16.20).

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03 agosto 2016

005.O Evangelho em Samaria - Atos dos Apóstolos Lição 05 [Pr Afonso Chaves] 02ago2016


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Lição 5: 
O Evangelho em Samaria 

Texto Áureo:
“Tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e, em muitas aldeias dos samaritanos, anunciaram o evangelho” (At 8.25). 

Leitura Bíblica: Atos 8.26-40 

Introdução 
Com a grande perseguição que se deu contra a igreja que estava em Jerusalém, os dispersos iam por toda a parte anunciando a palavra de Deus. 
E esta já se encontra nos limites de Samaria com grande poder e maravilhas, causando grande alegria na cidade. 
Lucas, no seu relato, registra a história de mais um diácono que não fica limitado ao seu ofício inicial, mas enfrenta as dificuldades para exercer o ministério que foi dado pelo Senhor – o de evangelizar, pregar e ensinar a palavra do Senhor. O púlpito é para onde o Senhor enviar. 

I – Cristo, o Cumprimento das Profecias (vv. 5-8) 
Desta passagem até At 9.43, as Escrituras tratam da difusão do evangelho em seu avanço progressivo, começando por Jerusalém até entre as partes da Palestina (Judeia e Samaria, cf. At 1.8). 
O instrumento do Senhor é Filipe, um dos sete diáconos; portanto, não deve ser confundido com Filipe, um dos apóstolos. 
Samaria estava situada entre a Judeia e a Galileia (Jo 4.3, 4). 
Jesus pregou nesta região e o texto nos mostra que havia uma esperança messiânica entre os samaritanos, conforme Jo 4.25. 
O texto também revela a hostilidade que havia entre judeus e samaritanos (Jo 4.9), a quem aqueles consideravam como semipagãos. Há pelo menos dois motivos para a pregação de Filipe, cujo tema é Cristo. 
O primeiro é que Jesus é o cumprimento das profecias (Dt 18.18) e, portanto, os samaritanos precisavam conhecê-lO. 
Segundo, Jesus veio para derribar a parede de separação social e também a barreira entre o homem e Deus. 
Com essas boas novas, os samaritanos prestavam atenção ao que Filipe dizia, pois ouviam e viam os sinais que ele fazia como uma confirmação de Deus daquela mensagem. 
Esta pregação, seguida de muitos milagres e maravilhas, trazia muita alegria para aquela cidade. 

II – O Verdadeiro Poder de Deus (vv. 9-25) 
O evangelho é o poder de Deus para transformação de todo aquele que crê. Em Samaria o evangelho causa mudanças extraordinárias, pessoas que antes criam em artes mágicas agora estão prestando atenção no que Filipe está pregando. 
Simão era tido como uma grande personagem, e diziam: “Este é a grande virtude de Deus”, mas, onde o evangelho chega, a mentira é revelada pela verdade. 
Quem exercia as artes mágicas também passa a crer no evangelho, assim como o próprio Simão. E, pregando acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, assim se batizavam, tanto homens como mulheres. 
Os apóstolos ouviram que Samaria recebera a Palavra do Senhor e enviaram para lá Pedro e João, que oraram pelos irmãos e estes receberam o Espírito Santo. 
Simão, vendo a graça de Deus na vida dos apóstolos, imaginou que pudesse adquirir tal dom pelo dinheiro, mas foi repreendido por Pedro, que disse que ele não tinha sorte nem parte naquela palavra porque seu coração não era reto diante de Deus. 
Em sequência, “tendo eles, pois, testificado e falado a palavra do Senhor” ali, voltam Pedro e João para Jerusalém anunciando o evangelho por todas as aldeias dos samaritanos. 

III – As Escrituras Devem Ser Explicadas (vv. 26-40) 
O evangelho trouxe novas oportunidades para o homem. Portas que outrora estavam fechadas agora estão se abrindo para aqueles que estão sendo chamados. 
Os eunucos, por serem pessoas fisicamente mutiladas, tinham sido excluídos dos privilégios de Israel (cf. Dt 23.1). 
Porém, existia uma palavra de Deus para os excluídos (Is 56.3-5). 
Onde havia barreiras para se chegar a Deus, agora o evangelho está mostrando que é tempo do cumprimento das promessas; contudo, era necessário compreender as Escrituras. 
Houve um eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, um adorador, que no retorno de Jerusalém se encontrava em um lugar deserto, lendo o profeta Isaías. 
Mas não entendia o que ali estava escrito; então o Senhor dirige Filipe até a ele para lhe explicar as Escrituras. E a pergunta de Filipe para iniciar a evangelização é: “Entendes tu o que lês?” 
Como entender se não há quem explique? Este é o clamor do mundo. E Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura (Is 53.7-8), lhe anunciou a Jesus, o Autor da salvação. 
Tudo o que o homem tem de impedimento de se achegar a Deus agora está sendo derribado, cumprindo-se o que já fora predito pelo Senhor, que chamaria muitos para junto de Si. O eunuco creu de todo o coração e confessou que Jesus Cristo é o Filho de Deus, e foi batizado sem impedimento algum. 
Filipe continua sua jornada anunciando o evangelho em todas as cidades até Cesaréia. 

Conclusão 
Verdadeiramente, o evangelho, as boas novas de Deus para o homem, precisa ser explicado pelas Escrituras, apresentando-se Jesus Cristo – o mistério de Deus (Cl 2.1-3). 
Pois há muitas promessas de Deus, em Cristo, para o homem, as quais este ainda não conhece. E, através do evangelho, o homem passa a conhecer os planos de Deus; para tanto, todas as barreiras são derribadas, quer sejam culturais, sociais ou religiosas. Este é o desafio da evangelização.

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