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LIÇÃO 4
VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO
TEXTO ÁUREO: “E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mateus 3.1-2)
LEITURA BÍBLICA: JOÃO 1.19-28
INTRODUÇÃO Após considerarmos os grandes acontecimentos dos primeiros dias da vida de Jesus, encerrando este período com a observação de que o Menino crescia em graça diante de Deus e dos homens; somos levados, num salto de alguns anos, para o tempo em que Jesus, já adulto, inicia o Seu ministério ou vida pública. No entanto, era necessário que o Salvador se apresentasse ao mundo em conexão com o testemunho do precursor, João, que vinha sendo preparado por Deus para esse momento que, embora rápido, seria indispensável para que aquela primeira multidão que presenciaria a manifestação de Cristo pudesse crer n’Ele.
I – O MINISTÉRIO DE JOÃO: SUA PREGAÇÃO E TESTEMUNHO Após contar como foi o nascimento de João, e que, na ocasião, seu pai, Zacarias, recuperou miraculosamente a fala e anunciou, pelo Espírito de Deus, que seu filho seria profeta do Altíssimo, enviado diante do Senhor para preparar o Seu caminho – numa clara alusão ao cumprimento da profecia messiânica – Lucas encerra seu relato sobre os primeiros dias de João, observando que o menino se fortalecia no espírito e era impelido para o deserto, local onde cumpriria o seu ministério (Lc 1.76-80). Notemos, contudo, que, mesmo já tendo o testemunho de seus pais, João só começou a pregar quando a palavra de Deus veio expressamente a ele: “veio no deserto a palavra de Deus a João”. Assim, iniciando seu ministério pouco antes de Jesus manifestar-se a Israel, o precursor podia estabelecer a base da sua pregação sobre o fato de que o reino de Deus havia chegado, principiando assim a pregação do Evangelho (Mc 1.1-3). Reconhecidamente João não operou nenhum milagre, mas o impacto da sua pregação foi tão grande que não passou despercebido nos evangelhos: uma multidão concorria ao deserto para ouvir um homem que se trajava e se alimentava rusticamente, à maneira do profeta Elias, e que exortava o povo ao arrependimento com autoridade tal que todos os que o ouviam se batizavam, confessando publicamente os seus pecados, e indagando-lhe o que deviam fazer para se salvarem da ira futura (Mt 3.1-6; Lc 3.10-14; cf. Is 40.3-11; Ml 3.1; 4.1- 6). Seu ministério inclusive despertou grande expectativa na multidão, e receio por parte dos líderes religiosos de Israel, que chegaram a enviar uma comissão até o deserto para indagar e ouvir de João quem realmente ele era; ao que o Batista respondeu que sua missão era apenas a de preparar o caminho para alguém maior e mais digno que ele – alguém que traria, de fato, a salvação, e que logo eles conheceriam, pois já se encontrava entre eles (Jo 1.19-27).
II – JOÃO BATIZA JESUS E DÁ TESTEMUNHO D’ELE Não sabemos exatamente por quantos dias, ou meses, João pregou até que o próprio Jesus viesse ter com ele junto ao rio Jordão para ser batizado. O que sabemos é que ele inicialmente resistiu à idéia de batizar Jesus, reconhecendo que ali estava aquele que era maior e mais digno do que ele: “eu careço de ser batizado por ti”; mas resignou-se a fazer conforme o Salvador lhe pedira, ao receber a resposta de que era necessário que assim se procedesse, para que toda a justiça fosse cumprida. Pois, embora fosse realmente maior que João, convinha que Jesus se submetesse ao conselho de Deus, que naquele momento demandava a submissão ao batismo de João, para que assim demonstrasse Sua total obediência ao Pai. Este passo foi tão importante na vida de Jesus que os quatro evangelistas relatam que, saindo Ele da água, após ser batizado, recebeu notável testemunho do próprio Deus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16-17; cf. Is 42.1). Este sinal foi de especial importância para João, pois, testificando Deus que ali estava aquele que tanto o profeta como a multidão por ele batizada esperavam, agora ele mesmo passou a apontar Jesus, todas as vezes que O avistava, como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, ou como o Filho de Deus, no intuito de direcionar seus ouvintes para Ele. E, lembrando alguns dos seus discípulos, enciumados ao verem a multidão abandonando seu mestre para seguir a Jesus, que ele (João) não era o Cristo, mas veio para dar testemunho e apontar para todos o Cristo, quando este chegasse, e que Ele havia chegado, o Batista os preparou para testemunharem o fim do seu próprio ministério (Jo 1.29-34, 35-37; 3.26-30).
III – PRISÃO E MORTE DE JOÃO, E O TESTEMUNHO DE JESUS Apesar de os quatro evangelhos mencionarem o fato, é Marcos quem mais apresenta detalhes sobre as circunstâncias que levaram à prisão e execução de João Batista. Dentre todas as repreensões que as perversidades de Herodes (filho do governante de mesmo nome que fora rei da Judéia no tempo do nascimento de Jesus) haviam recebido por parte de João, a que levou o tetrarca a aprisionar o profeta foi a denúncia contra sua união ilícita com Herodias, mulher de seu irmão Filipe. Ao que tudo indica, o governante agiu por incitação da mulher ofendida, pois, no que lhe dizia respeito, apesar das suas maldades, Herodes temia o profeta e o tratava com deferência. Contudo, o tempo passou e, por ocasião de sua festa de aniversário, deixando-se enganar pelos encantos da filha de Herodias, o tetrarca fez um juramento precipitado, e em conseqüência disso viu-se constrangido a entregar o que lhe fora pedido pelas duas mulheres: a cabeça de João Batista (Lc 3.19-20; Mc 6.17-29). Embora encerrado dramaticamente, o ministério de João recebeu testemunho de Cristo, que a seu respeito disse que ele não era apenas um profeta como os que já haviam falado antes dele, mas o próprio anjo do Senhor, cuja vinda prenunciava a chegada do reino de Deus e a do anjo do concerto – o próprio Cristo, conforme a profecia. Com estas palavras, Jesus repreendeu a multidão, que nutria dúvidas com respeito à Sua pessoa, esquecendo a grande alegria, expectativa e anseio pelo reino de Deus que a pregação de João havia produzido nos corações, como de uma candeia em lugar escuro; ou a contradição daqueles que não receberam nem João, nem recebiam Jesus, pelos motivos mais contraditórios (Jo 5.33-35; Mt 11.7-15, 16-19).
CONCLUSÃO O ministério de João está intimamente ligado à vida de Jesus, pois ele resumiu toda a Lei e os profetas, no seu poderoso testemunho de que as promessas de Deus haviam se cumprido, e inequivocamente apresentou Jesus como aquele cuja expectativa da manifestação havia alimentado nos corações dos seus ouvintes – aquele para quem deveriam dirigir todos os seus anseios e esforços, se realmente desejassem ter parte no reino dos céus que havia chegado.
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