30 março 2018

001-A importância da escatologia bíblica -Escatologia - Lição 01[Pr Afonso Chaves]27mar2018


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LIÇÃO 01: 
A IMPORTÂNCIA DA ESCATOLOGIA BÍBLICA 

TEXTO ÁUREO
“Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.” (Hc 2.3) 

LEITURA BÍBLICAAPOCALIPSE 1.1-3 

INTRODUÇÃO 
Escatologia é um termo grego que significa “tratado das últimas coisas”. É o estudo acerca de coisas e acontecimentos finais. A preocupação principal da escatologia bíblica é interpretar os textos das Escrituras Sagradas que tratam do que Deus determinou quanto ao fim dos tempos. A revelação do futuro lança luz sobre a caminhada do povo de Deus em direção à eternidade, assim como fortalece a esperança e paciência dos fiéis, na certeza de que estas coisas logo se cumprirão. 

I – O CAMPO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA 
1. A escatologia bíblica tem sua origem na REVELAÇÃO DIVINA. A Bíblia é a revelação dos desígnios e da vontade de Deus para o Seu povo. Do começo ao fim, os objetivos e significados dessa revelação são de ordem claramente escatológica. Inicialmente, Deus escolheu a semente de Abraão, ou seja, o povo de Israel, para que recebessem e guardassem tanto as Suas leis como as promessas acerca de Cristo, o Salvador (Rm 3.1-2; 9.3-5). Ou seja, todo o Antigo Testamento tratava de uma esperança escatológica que se cumpriu com a vinda do Filho de Deus ao mundo (cf. At 3.19-26). A partir de então, judeus e gentios são reunidos, pelo evangelho, em um só povo, e a Igreja torna-se portadora da revelação divina (Ef 3.5-6; Ap 1.3). E, uma vez mais, essa revelação, feita na pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo, aponta para uma esperança futura: o grande e glorioso dia do Seu retorno, na consumação dos séculos, para julgar os vivos e os mortos, e para a nossa redenção final (Mt 24.29-31; Ap 22.12-13; Hb 9.26-27). Assim, a mensagem das Escrituras, de Gênesis a Apocalipse, é essencialmente escatológica. 
2. A escatologia bíblica lida com a PROFECIA. O mundo se perde em diversas teorias sobre o progresso ou os ciclos da história, ora apostando em dias melhores que ainda virão, ora prognosticando tempos sombrios e incertos para a humanidade. Contudo, desde o princípio, Deus vem desvendando o futuro aos Seus servos através da profecia (Is 44.6-8; Am 3.6-7). No passado, os profetas fomentaram a expectativa de Israel quanto à manifestação do Redentor e da abundante graça que foi dada a nós pelo evangelho (1 Pe 1.10-12). Por isso o tempo em que vivemos é caracterizado, à luz da profecia, como “últimos dias” (Hb 1.1), ou “plenitude dos tempos” (Gl 4.4). Contudo, vemos também que nem todas as coisas ainda estão cumpridas (cf. 1 Co 15.23-28). Por isso Deus ainda fala pela profecia, para que estejamos atentos à proximidade de um fim derradeiro, quando se dará o desfecho de todo o Seu grandioso propósito de salvação (2 Pe 1.19-21). 

II – O OBJETIVO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA 
Uma vez que trata da profecia bíblica, isto é, da revelação dos desígnios de Deus, a escatologia é um tema que não pode ser desprezado (1 Ts 5.20; cf. 2 Pe 3.3-4). É verdade que os dois últimos séculos caracterizaram-se por um crescimento espantoso do interesse pelo estudo da escatologia. Mas aqui também é preciso ter cuidado com a mera curiosidade intelectual e com vãs especulações (Dt 29.29). Destaquemos, então, alguns objetivos legítimos para o estudo das últimas coisas: 
1. Ter a CERTEZA do que acontecerá. Este é um privilégio do povo de Deus – saber de antemão e com toda a certeza o que há de acontecer (Ap 22.6-7). Conhecendo o que Deus revela sobre o futuro, o fiel não será enganado por falsos alardes, nem será confundido quando todas estas coisas sobrevierem ao mundo (Mt 24.23-25, 33; 1 Ts 5.1-5). 
2. Encher-se de ESPERANÇA. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19). Como esperaremos em Cristo para a outra vida, se ignorarmos o plano de Deus para o final dos tempos? A expectativa dos acontecimentos que colocarão um fim neste cenário e descortinarão a eternidade é feliz e gloriosa para o cristão (Tt 2.13; Hb 3.6c). E, ante a compreensão destas coisas, seremos levados a exclamar com João: “Amém! Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20). 
3. Encontrar CONSOLAÇÃO na aflição. Grande é a consolação e tranquilidade que o cristão pode obter do conhecimento dos bons e justos desígnios de Deus. Ele pode contemplar as adversidades por que passa crendo que Deus determinou para elas um resultado bom e feliz (Rm 8.28-30; cf. Jo 14.1-2). Também sabe que aqu’Ele que é Fiel e Justo não permitirá que a iniquidade e o mal triunfem, mas no devido tempo fará que a Sua justiça e verdade resplandeçam (2 Ts 1.4- 10). Ele jamais esquece os Seus, nem nesta vida, nem na morte (1 Ts 4.13, 14; Ap 14.13). 
4. Despertar para a VIGILÂNCIA. Como parte do nosso andar com Deus em santificação, somos exortados a vigiar contra a carne e suas paixões (Mt 26.41). A consciência de que haveremos de nos apresentar perante o Juiz de toda a terra em um tempo muito próximo, mas que ignoramos exatamente quando, é um forte apelo à vigilância e santificação (1 Jo 3.3; Rm 13.11-14; Ef 5.15-17). 

III – A INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA 
Ao longo da história da Igreja, foram adotados vários métodos de interpretação da profecia bíblica. Muitas das explicações oferecidas obrigam os cristãos a serem cautelosos. Na tentativa de defender ou justificar modelos escatológicos inteiros, textos das Escrituras têm sido torcidos contra o seu sentido mais óbvio. Para evitar que caiamos nesses extremos, chamamos a atenção para alguns princípios básicos na interpretação escatológica. 
1. Os sentidos LITERAL e FIGURADO. Geralmente, a profecia deve ser entendida no sentido gramatical e histórico do texto, procurando-se interpretar as palavras conforme seu significado ordinário. Vemos a aplicação deste método em relação a grande parte das profecias do Antigo Testamento (confira nos evangelhos). Mas nem sempre a profecia tem apenas um sentido literal. E, às vezes, não tem nenhum sentido literal, mas apenas figurado (confira em Apocalipse, e nas visões de Daniel 2 e 7). De qualquer forma, é sempre a Escritura que deverá determinar se a profecia em análise deve ser entendida literalmente, ou não. Às vezes, a interpretação poderá ser dada no próprio texto (por exemplo, Dn 7.17; Ap 1.20). Mas tenhamos sempre cuidado com interpretações baseadas em mera especulação, ou no que pareça ser razoável ao próprio intérprete. 
2. O uso da HISTÓRIA. A profecia interpreta a história, e não o contrário. Ela mostra que Deus está no comando de todas as coisas, conduzindo os eventos em vista da plena realização dos Seus propósitos. Nossa interpretação não pode ser sugerida pelas manchetes de jornais. Por outro lado, até os acontecimentos mais cotidianos são iluminados e abarcados pela profecia. 
3. A PROFUNDIDADE da profecia. Como em muitos outros campos do conhecimento divino, nem tudo o que diz respeito aos tempos do fim foi revelado (Ap 10.4; Mt 24.36). E é certo que nem sempre o que foi revelado está claro, ou pode ser totalmente compreendido. Contudo, o próprio Deus prometeu dar maior entendimento sobre estas coisas em nosso tempo (Dn 12.4, 10; Ap 22.10). Desse modo, é certo que haverá maior luz para aqueles que O buscarem e examinarem diligentemente a Sua Palavra, a exemplo de Daniel, que “se aplicou a compreender e a se humilhar perante Deus” (Dn 10.12). E, como disse o próprio Senhor Jesus: “Quem lê, entenda” (Mt 24.15; Ap 2.29). 

CONCLUSÃO 
Precisamos renovar nosso entendimento da fé cristã pela melhor compreensão da profecia bíblica. Deus quer que saibamos que Ele traçou um desígnio, um plano, que tem começo, meio e fim. E também que nós estamos incluídos nesse Seu propósito grandioso. É verdade que somos pequenos e incapazes de compreender todos os intricados meandros dessa história universal escrita e realizada por Deus. Mas, o que podemos saber nos basta para que nos alegremos por servir um Deus tão sábio, bom e poderoso, e que nossas vidas, tanto no presente como no porvir, redundarão juntamente com todas as coisas para a Sua eterna glória e louvor.



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21 março 2018

012-Orientações à prática da vida cristã - Aos Hebreus - Lição 12[Pr Afonso Chaves]20mar2018



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Lição 12: 
ORIENTAÇÕES À PRÁTICA DA VIDA CRISTà

TEXTO ÁUREO
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém!” (Hb 13.20, 21). 

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 13.1-6 

INTRODUÇÃO 
Nesta última lição, veremos que a vida cristã tem características importantes que precisam ser evidenciadas em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às relações interpessoais. O cristão deve atentar para a prática do amor fraternal, para a hospitalidade, o cuidado com os encarcerados, a honra ao matrimônio e a fuga de toda imoralidade; além de sermos submissos e obedientes às orientações de nossos pastores. Ainda precisamos ter cuidado com a avareza. Firmados na obra de Cristo Jesus, conseguiremos evidenciar essas atitudes e práticas em nossa vida enquanto estamos a caminhar neste mundo tenebroso. 

I – ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DE UM VERDADEIRO CRISTÃO (13.1-6) 
Logo de início, os leitores são conclamados a não negligenciarem o amor fraternal: “Permaneça o amor fraternal” (Rm 12.10; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22). Essa virtude é tão importante que representa a marca, ou distintivo, do verdadeiro discípulo (Jo 13.34, 35). Sem o amor fraternal, de nada servem os dons ou a realização de boas obras (1 Co 13.1-8). Em seguida, o autor exorta: “Não vos esqueçais da hospitalidade” (Rm 12.13; 1 Pe 4.9). No Oriente Médio, a hospitalidade é um meio de amizade, e convidar uma pessoa para uma refeição é oferecer-lhe comunhão. É um requisito aos aspirantes ao episcopado (1 Tm 3.2; Tt 1.8), e uma das características para inscrição de viúvas para serem assistidas pela igreja (1 Tm 5.10). A atitude de hospitalidade é motivo de espanto, senão de desprezo, para os observadores não cristãos. É ainda acrescido: “Porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”. O escritor alerta sobre ocuidado com aqueles que estão em circunstâncias menos felizes – os presos e os maltratados. Estes, geralmente, estão fora da vista e são fáceis de serem esquecidos; por isso, a exortação: “Lembrai-vos dos presos” (Mt 25.36). Não só deveriam lembrar, mas também se identificar com eles – o cristão deve nutrir profunda compreensão e simpatia pelos aflitos (Rm 12.15). O escritor julga de suma importância falar sobre o matrimônio (Gn 2.20-24). Sabe-se que, nos círculos pagãos, a frouxidão moral e a imoralidade eram generalizadas, e até mesmo entre os judeus já havia certo relaxamento quanto ao casamento (Mc 10.2-9). Em todos os tempos, essa exortação é de suma importância devido à sua desvalorização e intenso questionamento neste mundo permissivo (1 Tm 4.1-4). O casamento deve ser honrado: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula”; denota-se o elevado grau de respeito e consideração que todos devem ter para com o matrimônio. Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada, dissoluta e descompromissada. A vida cristã exige compromisso sério não apenas com Deus e a igreja, mas também com a sociedade e a família – e esta última começa com o nosso cônjuge. O mundo contemporâneo tenta implantar outros padrões para o matrimônio, porém, macular o leito conjugal é contrariar os princípios divinos; e quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos – a prostituição, o adultério – são duramente condenados por Deus; e quem pratica tais coisas receberá d’Ele o justo juízo. Deus quer que Seus filhos tenham vida sexual sem mancha, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o templo do Seu Espírito (1 Co 6.18-20; Gl 5.19). Outro perigo que ameaçava esta comunidade cristã era o materialismo, aqui evidenciado pela avareza. Cuidado! O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Não é o próprio dinheiro que deve ser evitado, mas o amor a ele, e essa atitude se desenvolve quando o dinheiro se torna uma finalidade em si mesma. A exortação é acrescida: “contentando-vos com o que tendes” (1 Tm 6.7-8; Fp 4.11-13). Devemos nos lembrar das promessas de Deus: “Não te deixarei, nem te desampararei”. E, com plena confiança, ousarmos dizer: “O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem”. A necessidade de ter sempre mais é resultado do medo, medo de passar privações. A cobiça é, pois, na realidade, desconfiança de Deus e da Sua providência. 

II – EXPRESSÕES DE FÉ: SUBMISSÃO E OBEDIÊNCIA (13.7-19) 
A expressão de nossa fé é evidenciada também através da submissão e obediência aos nossos pastores. Somos aconselhados a lembrar daqueles que nos falaram “a palavra de Deus” e a imitar sua fé e 24 modo de vida (v. 7). Eles servem de exemplos de integridade, piedade, amor a Deus, e impulsionam outros homens a terem fé. Daí a grande responsabilidade do verdadeiro pastor. Porém, nada valerá a lembrança e a atenção dadas aos pastores se não forem acompanhadas pela obediência aos mesmos (v. 17). A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve se basear numa superior lealdade a Deus. A maior alegria de um pastor é ver que aqueles que ele conduz estão firmados no caminho cristão. Como escreveu João: “Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que meus filhos andam na verdade (3 Jo 4). Em seguida, o escritor declara: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (v. 8; Sl 90.2; Ml 3.6; Tg 1.17; Ap 1.8). Isto mostra o caráter eterno e imutável do Sumo Sacerdote da Nova Aliança, e que o verdadeiro pastor prega somente a Cristo, e, desta maneira, leva os homens ao verdadeiro Cristo; não chama a atenção sobre si mesmo, e sim sobre o Cristo que morreu pelos nossos pecados, foi seputado, ressuscitou ao terceiro dia e está à destra de Deus. Por isso, os destinatários deveriam estar alerta: “Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas” (v. 9). A suficiência para a salvação dos homens está única e exclusivamente em Jesus Cristo, e é pela graça que somos salvos, por meio da fé, e isso não vem dos méritos humanos, mas da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Pedro afirmou: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18, 19). O escritor ainda esclarece que Jesus sofreu do lado de fora da porta, para, com Seu sangue, santificar o povo; e, tendo Cristo como exemplo, os cristãos deveriam suportar a mesma humilhação que seu Mestre. 

III – JESUS CRISTO, NOSSO SUMO PASTOR (13.20-25) 
A última seção da carta aos Hebreus encerra com uma oração que traz uma imagem perfeita de Deus e de Jesus. Deus é o “Deus de paz” (v. 20a). Só Deus pode colocar o homem numa devida relação conSigo mesmo, com o próximo e com a eternidade: só o Deus de paz pode nos dar a paz conosco mesmos, com os demais e com Ele. Deus também é o Deus da vida, pois foi Ele quem “tornou a trazer dos mortos o nosso Senhor Jesus Cristo” (v. 20b). O amor e o poder de Deus é a única coisa que pode dar ao homem paz na vida e triunfo na morte. Jesus morreu para obedecer à vontade divina e a mesma vontade de Deus o ressuscitou da morte. Deus ainda é o Deus que nos mostra a Sua vontade e nos capacita a realizá-la (v. 21); Deus jamais nos atribui uma tarefa sem nos dar o poder de realizá-la. Jamais nos pede que levemos a cabo uma tarefa só com nossos recursos; se fosse assim, bem poderíamos nos intimidar com as enormes exigências da vida cristã. Quando nos manda, Ele o faz nos armando e equipando com tudo o que for necessário. Jesus é o grande Pastor do Seu rebanho. Um pastor é alguém que está disposto a dar sua vida por suas ovelhas; que suporta a simplicidade das ovelhas e jamais deixa de amá-las. Isto é o que Jesus faz por nós. Jesus é o Príncipe da nossa salvação, aquele que fundou a “Aliança Eterna” e tornou possível a relação entre Deus e o homem. É Jesus quem nos mostrou como é Deus, e quem nos abriu a porta. Ele apartou o terror e manifestou o amor de Deus. Jesus é aquele que morreu. Nossa nova relação com Deus custou o sangue de Jesus. Ele morreu para nos conduzir a Deus e à vida. Após breve saudação, as últimas palavras do escritor são: “A graça seja com todos vós. Amém”! 

CONCLUSÃO 
Chegamos ao fim de uma jornada de estudo na carta aos Hebreus; lembrando que o escritor deste livro pediu aos destinatários que suportassem a palavra desta exortação, ainda que tudo que ele tivesse escrito fosse de maneira abreviada. A ênfase desta carta foi: a glória e excelência de Cristo Jesus. Agora, os cristãos têm assegurado uma grandiosa Salvação. A garantia desta salvação está em Cristo, o Sumo Sacerdote Eterno, que deu acesso dos homens a Deus; e este sacerdócio é superior aos sacerdócios da Antiga Aliança. A nossa confiança está no sacrifício eterno e eficaz de Cristo, o Príncipe da Nova Aliança. Diante de todos esses privilégios, convém-nos atentar, com mais diligência, para esta tão grande salvação, e deixar de lado todo embaraço e pecado, para que possamos correr a carreira que nos está proposta, olhando sempre para Jesus. 

QUESTIONÁRIO 
1. Porque o amor fraternal é importante? 
2. Quais são os princípios divinos para o casamento? 
3. Qual deve ser a nossa atitude para com os nossos pastores?

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16 março 2018

011-Exortação à paciência e santidade - Aos Hebreus - Lição 11[Pr Afonso Chaves]13mar2018



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Lição 11: 
EXORTAÇÃO À PACIÊNCIA E SANTIDADE 

TEXTO ÁUREO: 
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). 

LEITURA BÍBLICAHEBREUS 12.1-3 

INTRODUÇÃO 
Os dois últimos capítulos de Hebreus encerram a epístola com exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. O objetivo desta aula é mostrar que a vida cristã é parecida com uma maratona, além de salientar que o pecado é um mal que deve ser completamente extirpado da vida do cristão; bem como alertar que o embaraço certamente prejudica o desempenho na carreira da fé; e ainda reconhecer que a vida de santificação é a vontade de Deus para todos os cristãos. 

I – JESUS, AUTOR E CONSUMADOR DA FÉ (12.1-3) 
O escritor continua a exortar seus ouvintes a perseverarem na fé até o fim. Para isto, deveriam observar o exemplo de homens e mulheres que alcançaram testemunho de Deus, descritos anteriormente. 
Os leitores não tinham nenhum motivo e justificativa convincente para abandonarem a fé cristã e se embaraçarem com coisas deste mundo. A exortação do autor para os crentes era: “correr com paciência a carreira que nos está proposta”. 
Neste contexto, ele compara a caminhada cristã a uma corrida de longa distância e de grande esforço, isto é, uma maratona (1 Co 9.24-27; Fp 1.29, 30; 1 Tm 6.12). Ele já demonstrara que outros crentes em Cristo combateram este combate, terminaram a sua parte na corrida, guardaram a fé, e, no sistema de revezamento, passaram o bastão aos seus sucessores. 
E agora esses são adequadamente descritos como “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Nesta jornada é necessário deixar “todo embaraço e o pecado”; ou seja, os corredores – os atletas cristãos – devem remover de suas vidas todos os obstáculos e excessos de peso que possam atrapalhar ou prejudicar o seu desempenho. O embaraço certamente não é pecado, mas pode tornar-se num impedimento, ou num atraso à nossa vida e carreira espiritual e, aí sim, conduzir-nos ao pecado. 
Um crente embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo (2 Tm 2.1-5). O escritor ainda enfatiza que a corrida deve ser realizada com “paciência e perseverança” (Rm 5.3-5). A tendência é que alguns desfaleçam ao longo do caminho ou abandonem a competição, mas a exortação é para que o cristão percorra a tarefa estabelecida, tendo em vista o prêmio da soberana vocação (Fp 3.14). 
O corredor não deve se distrair, nem olhar para a multidão nem para os concorrentes, mas manter os olhos fixos no exemplo perfeito – “Jesus, o autor e consumador da fé”, que nos deu o exemplo suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. 
O verso 3 destaca o fato de que Jesus não somente suportou as dificuldades, mas também foi rejeitado, exatamente por causa da obra em benefício do homem. Nunca fez mal algum, nunca pecou ou atacou qualquer pessoa, mesmo tendo todo o poder para fazer isso. 
Assim mesmo foi rejeitado, e essa rejeição não o fez pecar ou abandonar sua perseverança em obedecer a Deus. Se os leitores considerassem o exemplo de Cristo, jamais iriam desfalecer e abandonar a caminhada proposta por Cristo. 

II – O AMOR DE DEUS REVELADO NAS PROVAÇÕES (12.4-11) 
Nesta seção, o autor afirma que os leitores ainda não haviam sofrido severas perseguições pela causa de Cristo: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”. Então, muitos deles pensavam em abandonar a fé em Cristo? 
Os filhos de Deus reconhecem que as provações e dificuldades, em lugar de servirem para indicar o desagrado de Deus, são na realidade uma prova do seu amor. As tribulações e os sofrimentos, portanto, não devem ser considerados abstratamente, como fenômenos isolados, incoerentes; pelo contrário, devem ser entendidos como um processo de aperfeiçoamento da parte de nosso Pai celestial: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho”. 
Um bom pai trata seus filhos com afeição e compreensão, mas há ocasiões em que sua natureza generosa dá lugar à correção direta e retribuição penosa. A educação adequada de uma criança inclui disciplina em amor, a qual, apesar de desagradável na ocasião, ajuda a desenvolver o caráter (Pv 13.24). 
A disciplina divina em nossas vidas é a confirmação de que somos filhos de Deus, porque qual filho há a quem o pai não corrija? Nenhum filho legítimo está isento da correção paternal. O resultado da disciplina aplicada por Deus nos faz “participantes da sua santidade”. 
A disciplina terrena é temporária e com frequência é inconsistente, simplesmente porque tem origem em pais humanos, cujo critério é necessariamente imperfeito; porém, a disciplina celestial, que jamais é arbitrária, busca purificar do pecado os que pertencem a Deus e garantirlhes uma participação permanente na vida divina, cuja maior exigência é a santidade. 
A disciplina aplicada 22 por Deus tem um propósito. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza. A dor, naturalmente, não é agradável, mas serve para nos ensinar. 
O mesmo acontece quando Deus corrige a seus filhos. Depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. 

III – VIVENDO EM SANTIDADE (12.12-29) 
O autor exorta seus leitores: “Tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (v. 12). Esta é uma metáfora que tem como propósito encorajar os crentes que se encontravam abatidos, a despeito dos sofrimentos e perseguições por amor a Cristo, a não desistirem de prosseguir na carreira da fé. 
Eles não só deveriam vencer o desânimo, mas também serem cuidadosos com respeito às suas vidas; por isso, o autor acrescenta: “fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado". 
Os destinatários ainda são estimulados a viverem em “paz com todos” e a buscarem “a santificação”, pois sem esta ninguém verá o Senhor. A santificação consiste em aproximar-se de Deus com uma consciência purificada, com base no sacrifício de Jesus (1 Ts 4.7, 8). 
A próxima advertência se refere à vigilância, para que nenhuma alma na comunidade viesse a se perder; por isso, é necessária diligência para que ninguém deixe de obter as ricas provisões da graça de Deus: “tendo o cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (2 Co 6.1-4). 
No verso 16, os leitores são alertados a não seguirem o mau exemplo de Esaú, que desprezou a bênção da primogenitura por um prazer que era momentâneo: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. 
Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou”. Esaú, depois de fazer uma escolha má, não pôde mudar as suas consequências, não teve oportunidade para modificá-la, apesar de ter procurado fazer isso com lágrimas. 
O autor tem certamente uma lição prática em vista: seus leitores também, ao desprezarem os privilégios cristãos que lhes foram conferidos, podem perder irrevogavelmente a sua herança, como aconteceu com Esaú. Nos versos 18-24, o propósito do autor é firmar os leitores na sua fé e convencê-los de que não existe outra alternativa para eles além de Cristo. Este objetivo continua em foco ao colocar diante dos leitores um contraste final entre as duas dispensações. 
A primeira, representada pela figura do “monte Sinai”, que era exterior e material em sua natureza, acompanhada de grandes terrores, afastava Deus dos homens e tornava claro que eles não podiam aproximar-se (Ex 19.18,19). 
A segunda, “a Jerusalém celestial”, espiritual e eterna (Ap 3.12; 21.2), leva os homens ao próprio céu, ao reino dos anjos e dos homens “justos aperfeiçoados”, a Deus, o Juiz de todos, e a Cristo, o Mediador de uma nova aliança, cujo sangue abriu o caminho. 
Os privilégios da nova era são, portanto, muito grandes, o que exige o recebimento e apreciação desses privilégios e uma vida de verdadeira santidade. Por que preferir um “prato de lentilhas”, quando receberam um chamado celestial? 

CONCLUSÃO 
Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços, pois estes, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de Deus, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós, olhando para Jesus, autor e consumador da fé. 

QUESTIONÁRIO 
1. A que o escritor compara a vida cristã? 
2. Se alguém está sem disciplina, a que é comparado? 
3. Por que Jesus é chamado o autor e consumador da fé?

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07 março 2018

010 - O fundamento e o testemunho da fé - Aos Hebreus - Lição 10[Pr Afonso Chaves]06mar2018



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Lição 10: 
O FUNDAMENTO E O TESTEMUNHO DA FÉ 

TEXTO ÁUREO
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem” (Hb 11.1). 

LEITURA BÍBLICA: HEBREUS 11.1-6 

INTRODUÇÃO 
Na lição anterior, vimos o perigo da apostasia e suas consequências. Nesta aula, estudaremos a base da vida cristã: a fé. A partir dos relatos da história antiga, veremos a eficiência da fé, a começar com o ato da criação do universo, que deve ser entendido com o olhar da fé: “Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados” (Sl 33.6; 2 Pe 3.5). A fé se baseia na confiança em Deus e em Sua Palavra. Esta palavra consiste num poder invisível que produziu do invisível o universo, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Na extensa lista dos crentes fiéis descrita em Hebreus 11, o autor enfatiza particularmente três características na vida dos homens e mulheres de fé: sua confiança inabalável em Deus, sua visão do invisível e seu poder para avançar pela fé. 

I – A NATUREZA DA FÉ (11.1-3) 
Neste capítulo, o escritor não pretendeu simplesmente definir a fé, mas sim descrevê-la como elemento fundamental da vida cristã. Segundo as Escrituras, a fé é a condição básica para ser salvo e receber de Deus auxílio em todos os aspectos (Ef 2.8). Ela é a base, o “firme fundamento das coisas que se esperam”, e a convicção — “prova das coisas que não se veem”. O fundamento significa muito mais que a mera certeza humana, fruto da lógica, ou do exercício da futurologia. Na visão cristã, tem o sentido de certeza inabalável, ou seja, temos convicção de que servimos a um Deus Todo-Poderoso, que vela por sua Palavra para cumprila (cf. Jr 1.12; Is 43.13). Significa também certeza absoluta a respeito da nossa salvação. O segundo elemento essencial da fé é a “esperança”. Esta é consubstanciada na forte convicção de que aquilo que se espera da parte de Deus há de acontecer sempre, independente das circunstâncias. Abraão creu que teria um filho segundo a promessa divina, fruto de sua união com Sara, mesmo quando a lógica humana dizia o contrário (Rm 4.18,19; 8.24,25). O terceiro elemento é a “convicção”; não se trata de uma prática mística de visualização mental para obtenção do que se deseja, conforme defendem certas ramificações da Confissão Positiva, pois as Escrituras Sagradas não ensinam assim. Neste contexto, “as coisas que não se veem” são as coisas de Deus (2 Co 4.18), “os bens futuros” (Hb 9.11), “as melhores promessas” (Hb 8.6). Isso porque tais “coisas” foram prometidas por Deus em Sua Palavra, e esta não pode falhar em nenhuma hipótese. Há muitos “crentes” que, iludidos pelo seu próprio coração, asseveram que podem aplicar esse texto a qualquer coisa. Por exemplo: “eu creio que Deus vai me dar um carro novo ou uma bela casa”. Ora, isso é um desejo, mas não uma promessa de Deus. Pode tornar-se real ou não. É algo condicional e circunstancial. 

II – EXEMPLOS MARCANTES DE FÉ NO MUNDO ANTIGO (11.4-32) 
A partir do verso 4, o autor lembra os leitores de exemplos de valorosos servos de Deus que, pela fé, “alcançaram testemunho de Deus”. A começar pelo exemplo de Abel que apresentava uma fé sacrificial. Em Gênesis 4.4, Deus aceitou seu sacrifício e não o de seu irmão, o homicida Caim. Mas em Hebreus 11.4 podese constatar que: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala”. Enquanto a oferta de Abel foi movida pela fé em Deus e incluía derramamento de sangue (Hb 9. 22; Jd 11; Rm 14.23), Caim trilhou seu “caminho” sem fé; ele tinha uma índole má, era iracundo e “suas obras eram más” (1 Jo 3.12; Tt 1.15), por essas razões suas ofertas não foram aceitas pelo Senhor. O autor não se esquece de Enoque (v. 5); em poucos versos, a Bíblia mostra a grandeza de seu caráter e de sua fé: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus para si o tomou” (Gn 5.24). Se ele “andou com Deus”, ou seja, viveu em íntima comunhão com o Eterno e no centro da sua vontade, diante da extrema incredulidade de seu tempo, foi porque tinha uma fé viva, e anunciou o juízo eterno em sua geração (Jd 14, 15). Por isso, ainda na terra, antes da sua trasladação, “alcançou testemunho de que agradara a Deus”. Segue o exemplo de fé obediente e justa de Noé (v. 7). Nunca ouvira falar de dilúvio, todavia, “divinamente avisado das coisas que não se viam, temeu” e obedeceu, preparando uma arca “para salvação da sua família”. Noé foi o primeiro homem na Bíblia a ser chamado justo. Isso nos traz uma lição de extremo valor: o homem de fé precisa ser justo diante de Deus e dos homens. Na sequência, tem-se o exemplo de Abraão, que é considerado o pai da fé provada. Quando foi chamado por Deus, “obedeceu, e saiu, sem saber para onde iria” (v. 8). Por anos habitou em tendas, 20 peregrinando “como em terra alheia” (v. 9), esperando a cidade que tem fundamento, e recebeu a promessa de que seria “uma grande nação” (Gn 12.2). O Todo-Poderoso mandou que ele olhasse para os céus e contasse as estrelas, se pudesse, dizendo que assim seria sua semente: “e creu ele no Senhor e foi-lhe imputado isto por justiça” (Gn 15.6; Rm 4.11). Mais tarde, Deus pediu-lhe em sacrifício seu único filho, Isaque. Sem relutar, o grande patriarca obedeceu piamente à voz do Altíssimo, crendo “que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (v. 18; cf. Gn 22.12). Tiago afirma que Abraão creu em Deus e foi-lhe isso imputado como justiça, e por isso, foi chamado amigo de Deus (Tg 2.23). Após destacar o exemplo de homens e mulheres que alcançaram testemunho pela fé, o escritor declara que todos eles morreram na fé, “sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe...” (v. 13). Assim como Paulo, eles combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7). Era a fé fazendo-os olhar ao longe para além do horizonte, sem chegar lá, porém contemplando o cumprimento das promessas. Certamente eles usufruíam a salvação em Cristo porque criam na vida eterna, na entrada nos céus, na vitória sobre o mal e, sobretudo, no reinado eterno de Deus. A fé daqueles homens era tão forte e poderosa que, mesmo sem verem o cumprimento das promessas de Deus, nelas creram e as abraçaram. Eles consideravam-se “estrangeiros e peregrinos na terra”, porque esperavam uma pátria melhor, “a celestial”, a futura e definitiva. Por causa de sua fidelidade a Deus entre os homens nesta existência, são reconhecidos por Deus, que não se envergonha deles, de se chamar seu Deus (Ex 3.15; Mt 22.32). A cidade à qual se refere é a própria cidade de Deus, o alvo de sua busca, a única cidade real que eles jamais conheceram, o lar pelo qual ansiavam. Mesmo distanciados dela, olhavam em sua direção e tinham até mesmo saudades da mesma (Ap 21.1-4). Depois de citar o exemplo de fidelidade de Abraão, o escritor faz menção a Isaque, Jacó, José e outros homens cuja fé é também digna de nota. Cada fato de fé é tratado sumariamente e em cada um deles um único incidente é escolhido para mostrar que esses homens, ao se aproximarem da morte, olhavam com fé para coisas ainda invisíveis. Destacamos a atitude de José, que próximo da morte, confiando na saída dos filhos de Israel do Egito, “deu ordem acerca de seus ossos”; e de Moisés, que também pela fé, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, “escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (vv. 25-26). 

III – HOMENS DOS QUAIS O MUNDO NÃO ERA DIGNO (11.33-40) 
Aos poucos, o autor deixa de citar personagens específicos e cita o coletivo – o povo, e atribui a esse agrupamento uma ênfase não mais nas pessoas, mas sim nas grandes obras que realizaram unidas como povo de Deus. Por isso, na última parte do capítulo, ele apresenta algumas características daqueles que foram justificados pela fé. Eles são considerados como “lutadores” – “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, neutralizaram a força do fogo, escaparam do fio da espada”, tudo isso pela fé no Todo-Poderoso. Outros, como João Batista, Estevão e Tiago foram martirizados na luta pela fé, açoitados, apedrejados, presos, aflitos, torturados e mortos: “não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (vv. 35-37). As Escrituras consideram todos esses servos de Deus pessoas das quais “o mundo não era digno” (v. 38). O “mundo”, que não é digno dos homens de Deus, é aquele que se opõe ao bem, e que dificulta a inquirição espiritual. Foi para esse mundo que Jesus apontou ao falar sobre a inevitabilidade das perseguições: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim” (Jo 15.18). Esses homens de fé viram de longe as promessas, mas não as alcançaram, “provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (vv. 39, 40). 

CONCLUSÃO 
O autor de Hebreus compara o caminhar de várias personagens da história bíblica com a carreira proposta aos cristãos. Esses personagens tinham em comum um longo e desafiador percurso para fazer. Sem perseverança, ousadia e fé, nenhum deles teria conseguido chegar ao seu destino final. De fato, “sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”. 

QUESTIONÁRIO 
1. Quais são os elementos da natureza da fé? 
2. Por que Abraão é considerado o pai de todos aqueles que creem? 
3. Por que todas as pessoas citadas no capítulo 11 não alcançaram as promessas?

PARA USO DO PROFESSOR

AUTORIA
Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


APOIO
Rede Grata Nova de Evangelização
Rádio Net Grata Nova



01 março 2018

009 - Os privilégios e a gravidade da fé cristã - Aos Hebreus - Lição 09[Pr Afonso Chaves]27fev2018



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Lição 9: 
OS PRIVILÉGIOS E A GRAVIDADE DA FÉ CRISTà

TEXTO ÁUREO
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”. (Hb 10.19-20) 

LEITURA BÍBLICAHEBREUS 10.19-25 

INTRODUÇÃO 
Após mostrar que Cristo é o verdadeiro Messias, superior a tudo quanto há e a tudo quanto é apresentado no Antigo Testamento, o autor enfatizará os privilégios e a responsabilidade que acompanham a Nova Aliança. Se não existem verdadeiras vantagens no judaísmo, se o perdão de pecados, a purificação da consciência e a comunhão perfeita com Deus só são alcançados através do sacrifício de Cristo, então, é dever de todo O cristão manter-se firme e inabalável na sua fé. 

I – JESUS CRISTO, O NOVO E VIVO CAMINHO PARA DEUS (10.19-25) 
Neste contexto, a “ousadia” ou “confiança” está relacionada com a entrada no Santo dos Santos, entendido como símbolo da presença de Deus. Agora, todos os crentes têm um convite para entrarem no Santo dos Santos, pois já não está mais reservado somente para o sumo sacerdote (1 Pe 2.9).
O caminho para Deus foi aberto pelo “sangue de Jesus”, com base na Sua oferta perfeita. Este caminho é “novo”, pois não existia antes – foi Cristo quem abriu a vereda e a “consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”. É um “vivo caminho”, pois traz e conduz à presença de Deus e à Vida Eterna. Não se trata de um caminho coberto de sacrifícios mortos, mas tornado acessível pelo Cristo ressurreto.
Percebe-se que o contraste não está entre uma vereda nova que é pouco frequentada e outra antiga, familiar e muito utilizada, mas sim, entre o único caminho e nenhum caminho (Jo 14.6). O cristão tem também “um grande sacerdote sobre a casa de Deus”, alguém devidamente qualificado para levar os homens a Deus; e, pelo fato de achar-se ali, uma recepção graciosa é assegurada a todos os membros da casa de Deus.
Nos versos 22-24 segue-se um apelo enfatizando a fé, a esperança, e o amor. Ele diz: “cheguemo-nos”, isto é, aproximemos para adoração e serviço do trono gracioso de Deus, onde ajuda abundante pode ser obtida, e esta aproximação deve ser realizada com a atitude de um “coração verdadeiro”, isto é, com um coração sincero, que não pode assemelhar-se ao do sacerdote do Velho Testamento que, exteriormente, se apresentava perfeito diante de Deus, mas cujo coração estava morto.
Deve ser uma experiência do homem interior, e, acima de tudo, uma entrada sem dúvida ou hesitação. Porém, o direito de aproximar-se de Deus só se torna possível, “tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa”.
As palavras do verso 23 são fortes e têm um sentido de urgência, sugerindo que, por baixo da superfície, encontra-se o perigo da apostasia: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança” (cf. 3.6, 14; 4.14).
Esta é uma confissão de que possuem esperança, uma confissão das coisas em que crêem em oposição a um mundo escarnecedor e cético. Deus não irá falhar, pois Suas palavras são verdadeiras e imutáveis (6.18). Por fim, o autor apela aos leitores para que considerem uns aos outros, sendo assim capazes de se estimularem à prática do amor e das boas obras. Esta consideração deve levar em conta as circunstâncias e fraquezas dos demais, a fim de apoiá-los.
O amor pelos outros não pode manifestar-se no isolamento, em particular, nas questões espirituais. Desta forma, o autor adverte-os: “não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes, admoestando-nos uns aos outros”. O cristão não deve deixar de reunir-se para adoração e encorajamento mútuo, pois um dos objetivos da adoração pública é a edificação de todos os que se reúnem (1 Co 14.26). 

II – O CASTIGO POR REJEITAR O SACRIFÍCIO DE CRISTO (10.26-31) 
Anteriormente, o autor já havia se referido à apostasia, quando disse: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo” (3.12). O verbo “apartar” significa abandonar ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado.
O pecado da apostasia consiste na rejeição consciente, maliciosa e voluntária da evidência e convicção do testemunho do Espírito Santo, com respeito à graça de Deus manifesta em Jesus Cristo. As palavras de advertência do autor são as seguintes: “se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados” (v. 26a).
O conhecimento da verdade aqui mencionado não é o rudimentar, experimentado pelo novo convertido, ou por aquele crente de vida cristã superficial, mas o conhecimento da verdade divina no sentido amplo (2 Pe 2.20-22).
Por isso, o autor assevera: “já não resta mais sacrifício pelos pecados” (v. 26b). Trata-se dos pecados insolentes, que se constituem numa afronta inominável a Deus. Pecar assim é um atentado à santidade do Altíssimo. É loucura que trará sérias consequências.
A verdade divina liberta quando o pecador a recebe de coração (Jo 8.32). No entanto, quando a verdade é desprezada de modo deliberado, consciente, doloso, reincidente e ofensivo, por quem a conhece bastante, torna-se impossível o perdão porque tal pessoa repudia e repele para longe de si a graça de Deus, que pode levá-la ao arrependimento.
Se o Espírito Santo não convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo, então, quem convencerá tal pessoa do seu pecado? Não havendo mais sacrifício pelo pecado, o que resta? Só resta “a expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários” (v. 27).
Na Lei de Moisés, a palavra de duas ou três pessoas era válida para que um profanador fosse condenado sem misericórdia; não havia mais apelação: a morte era certa (Dt 17.2-6). Quem pisar o Filho de Deus, um “maior castigo” lhe sobrevirá. Desprezar o evangelho é considerar sem valor o sacrifício de Cristo; é zombar da salvação, desprezar tudo o que há de sagrado na igreja de Cristo depois de ter conhecido a verdade. Significa considerar o sangue do Filho de Deus como sangue comum, profano, sem nenhum valor sagrado ou redentor. A Bíblia diz que “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1.7).
É por seu sangue que nos aproximamos d’Ele (Ef 2.13); o sangue de Cristo purifica (Hb 9.14); resgata (1 Pe 1.18, 19); lava de todo o pecado (Ap 1.5). Assim, se o deliberado transgressor profana o sangue de Cristo, não há nada mais que o possa renovar ou purificar. O incrédulo de fato, se não aceitar a Cristo, está condenado (Jo 3.18). O Espírito Santo sendo desprezado e agravado, não há mais esperança para o tal ofensor (Mc 3.29).
Então, só lhe espera uma sentença: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Lc 12.5). Essa advertência nos mostra o quanto Deus é severo em seu juízo: nenhum suborno poderá alterar Seus propósitos; nem fama, nem riquezas e nem vantagens terrenas de qualquer espécie farão qualquer diferença no juízo celestial. 

III – EXORTAÇÃO À CONSTÂNCIA (10.32-39) 
Agora o autor reporta a um passado bem mais recente: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições” (v. 32). Muito provavelmente ele está se referindo à perseguição sofrida por terem se tornados cristãos. Não bastasse isto, certamente sofreram rejeição dos próprios amigos, familiares, conhecidos que tinham permanecido no judaísmo.
Mas eles se mantiveram corajosamente, apesar de terem sofrido muito: “feitos espetáculo com vitupérios e tribulações” (v. 33). Eles foram expostos à zombaria do povo, insultados e escarnecidos, e até mesmo receberam danos físicos. Eles não só sofreram desse modo, mas também se tornaram coparticipantes com aqueles que foram assim tratados.
Porque, diz o autor, “também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens” (v. 34). Eles tinham ministrado ativamente com relação às necessidades de seus irmãos afligidos (13.3; Mt 25.35, 36) e aceitado suas perdas com tranquilidade e alegria (cf. At 5.41; Rm 5.3). Eles rejubilavam como Jesus ensinara Seus discípulos a fazerem (Mt 5.11, 12), sabendo perfeitamente bem que possuíam “nos céus uma possessão melhor e permanente”. As pessoas podiam roubar-lhes os bens, mas ninguém poderia tirar deles os tesouros acumulados nos céus (Mt 6.20). Por fim, o autor chama a atenção para a “confiança”, a mesma que haviam tido no passado, que deveria continuar como um sólido fundamento (v. 35). O céu é para quem tem esperança, paciência por mais um poucochinho de tempo, ciente que vive e sobrevive tão somente pela fé (vv. 37, 38)! 

CONCLUSÃO 
O relativismo religioso e o secularismo que debilitam a igreja, afrouxando as regras e os limites entre o santo e o profano, constituem um sinal de alerta para todos nós. Avancemos confiantes e com ousadia; permaneçamos firmes na fé e não rejeitemos a Cristo! 

QUESTIONÁRIO 
1. Cite três privilégios alcançados pelo cristão por meio do sacrifício de Cristo. 
2. O que significa profanar o sangue do testamento? 
3. Por que os destinatários da carta aceitaram a perda de seus bens com tranquilidade e alegria?

PARA USO DO PROFESSOR
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Comissão da Escola Bíblica Dominical das Assembleias de Deus Ministério Guaratinguetá-SP.


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